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Polícia de São Paulo investiga morte de campeã olímpica Walewska

Globo Esporte/Agência Brasil em 22 de Setembro de 2023

Reprodução/Instagram

Walewska marcou época com a camisa da seleção

Morreu na noite de quinta-feira a ex-jogadora Walewska Moreira de Oliveira, aos 43 anos, em São Paulo. A ex-central, campeã olímpica com a seleção de vôlei nos Jogos de Pequim, em 2008, que estava aposentada desde o fim da temporada 2021/2022, caiu do 17º andar de um prédio em São Paulo no fim da tarde da quinta-feira. As circunstâncias do ocorrido estão sendo investigadas pela polícia. 

Walewska faz parte do seleto grupo de campeões olímpicos brasileiros. Em Pequim-2008, a central fez parte da conquista do primeiro ouro olímpico do vôlei feminino. Em Olimpíadas, ainda foi bronze em Sidney-2000 e ficou com o quarto lugar em Atenas-2004. Defendeu diversos clubes ao longo da carreira, como Minas, Osasco e Praia Clube, por onde se aposentou.

O Sul-Americano de vôlei 2022 marcou a despedida oficial das quadras. O último jogo da central foi diante do Regatas Lima, do Peru, pela fase de grupos. Na semifinal contra o Sesi-Bauru e na final contra o rival o Minas, Wal ficou como opção no banco de reservas, mas não foi utilizada durantes as partidas. Após a aposentadoria, o clube de Uberlândia deixou de usar a camisa 1, que a central vestia

Walewska lançou sua biografia neste ano. Em "Outras redes", ela contou toda sua trajetória até as quadras. Aos 12 anos, saiu de casa e pegou o ônibus para o primeiro teste de vôlei no Minas. Ali, dava seus primeiros passos rumo a uma carreira de conquistas.  

Conhecida por manter sempre um perfil elegante dentro e fora da quadra, Walewska influenciou uma geração de jogadoras no país. Na seleção, fez parte de diversas conquistas e marcou época. Walewska foi convocada para a seleção brasileira pela primeira vez por Bernardinho, em 1997. Com ele, conquistou o ouro nos Jogos Pan-Americanos de Winnipeg, no Canadá, em 1999, e o bronze na Olimpíada de Sidney, em 2000. Depois, sob o comando de Zé Roberto, seguiu colecionando títulos.  

No Praia Clube, Walewska se reafirmou como uma das maiores centrais da história do vôlei brasileiro. Na temporada 2017/2018, foi o pilar da primeira conquista do clube na Superliga. Depois, passou um ano no Osasco, mas retornou à cidade mineira para seus últimos anos como profissional.

Legado

Nessa madrugada, após tomar conhecimento da morte da jogadora, a Seleção entrou em quadra, no Japão, e perdeu para a Turquia por 3 sets a 0 (21/25, 27/29 e 19/25), pelo Pré-Olímpico. As jogadoras utilizaram braçadeiras em homenagem à central. “A Wal foi um exemplo de coragem, de resiliência, uma mulher forte. Ela fez parte de uma geração que me fez querer ser jogadora de vôlei. Estivemos com ela há pouco tempo em Barueri e, mais uma vez, ela deixou uma mensagem de incentivo muito forte. Queremos continuar esse legado que ela deixou para nós”, lamentou a ponteira Gabi.

“Está doendo muito. Sabíamos que tínhamos que disputar esse jogo, nos juntamos e deixamos para chorar depois da partida. Foi difícil conter as lágrimas na nossa oração de pré-jogo. Temos mais dois jogos importantes para a classificação e hoje deixamos a desejar em algumas situações. Agora vamos sentir esse luto. Quando cheguei na seleção a Wal era uma das mais experientes. Aprendi muito com a postura dela. A Wal foi um espelho pela educação, o charme e a resiliência. Ela representou o Brasil lindamente. O esporte perde um grande ícone, uma representante de muito amor pelo voleibol", disse a central Thaísa.

“É um momento muito difícil, de muita tristeza. A Walewska foi um exemplo de dedicação, comprometimento, ela tinha tudo de bom que uma atleta pode ter. Ela sempre se cuidou muito, ajudou seus times, desde muito nova. Ficamos sem chão. Falando do jogo, a Turquia pressionou o nosso time e nosso saque precisava fazer mais a diferença. Agora temos que pensar na Bélgica e no Japão para buscar a nossa classificação. Temos que deixar passar esse momento triste. Eu conheci a Walewska e sei que se ela tivesse aqui ela pediria para jogarmos por ela. A Walewska deixa um legado como atleta e ser humano. Ela foi uma atleta que todo o treinador gostaria de ter no seu time”, falou o técnico José Roberto Guimarães.

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