Campo Grande News em 26 de Agosto de 2023
Reprodução/Redes Sociais
Erberth Santos de Mesquita é campeão mundial de jiu-jitsu
Em entrevista concedida ao Globo Esporte em janeiro de 2014, o tricampeão mundial Erberth Santos falou sobre o passado com o crime e as dificuldades da juventude. Os problemas, no entanto, eram tratados com olhar de superação e “vida nova”. Na época, ele era reconhecido como um dos maiores representantes da arte suave. Mas os anos seguintes foram de envolvimento em novas polêmicas.
Criado em Roraima, Erberth conheceu o esporte quando tinha apenas 9 anos. Morador do bairro Calungá, em Boa Vista, ele treinava em um projeto social da associação PF Team. Até os 15 anos, segundo a entrevista de 2014, o lutador conciliava a arte marcial e a aproximação com a criminalidade. Com o tempo, revelou ter se tornado figura conhecida pelos policiais da região onde vivia. Depois de cinco prisões e a vida ameaçada pelo crime, ele chegou a dizer que o jiu-jitsu teria “mudado” sua vida.
Em 2019, Erberth se envolveu em uma série de problemas profissionais. No início daquele ano, sofreu um acidente de moto que o obrigou a diminuir o ritmo. Em fevereiro, o lutador disse ter “perdido a cabeça” ao se envolver em uma confusão no BJJ Stars e agredir membros da equipe adversária.
Ele foi desclassificado e alegou, na época, que havia sofrido racismo e recebido insultos. Já em 2021, o lutador teria sido expulso de um estabelecimento por policiais na Praia Brava, em Itajaí, no estado de Santa Catarina, conforme informações do jornal O Globo.
Estupros
Nesta semana, quatro mulheres procuraram a Deam (Delegacia Especializada de Proteção à Mulher) de Campo Grande e relataram que foram estupradas e roubadas nos dias 22 e 23 de agosto. Outras duas procuraram a DAM (Delegacia de Atendimento à Mulher) de Três Lagoas e afirmaram que foram vítimas dos mesmos crimes, praticados de forma violenta.
Divulgação/Polícia Civil
André Pessoa e Erberth tiveram prisão preventiva decretada após audiência de custódia em São Paulo
De renome internacional, eles vieram ao Estado para uma palestra sobre mudança de vida no esporte.
Uso de droga
À reportagem, a delegada Analu Ferraz, responsável pela investigação dos estupros na Capital, contou que a dupla prestou depoimento à polícia e ambos os lutadores afirmaram que foram dopados pelas vítimas que "batizaram" suas bebidas. Erberth teria usado maconha e André cocaína.
Com isso, "perderam o controle" e não tinham noção do que estavam fazendo. No entanto, para a delegada, a versão é totalmente incabível. "A câmera de segurança que registrou a ação não deixa dúvidas sobre o crime. A alegação de que tiveram as bebidas batizadas não existe. Todas as vítimas que procuraram a delegacia reconheceram os suspeitos", destacou Analu.
Os lutadores serão transferidos para o presídio de Socoraba (SP), onde só são recebidos presos de crimes contra a liberdade sexual. Ainda conforme informações da Polícia Civil de MS, o inquérito policial será encaminhado para Campo Grande, conforme despacho da juíza, uma vez que os casos aconteceram aqui no Estado.
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