Campo Grande News em 28 de Junho de 2023
Divulgação/PMA
Onça foi morta em fazenda no município de Rio Verde
De acordo com o delegado Edson Caetano dos Santos, a Justiça autorizou a extração dos dados dos aparelhos e o caso será tratado como prioritário, apesar de a pena em caso de condenação pelo abate ser baixa, com seis meses a um ano de prisão.
Questionado pela reportagem sobre a possibilidade de abate de mais felinos, o delegado Caetano afirma que é possível. “Oficialmente, ele assumiram duas onças. Mas fiz a representação pela quebra de sigilo de dados de dois telefones apreendidos e o juiz autorizou a medida. Faremos a extração de dados para apurar se houve mais casos ou não”.
O abate de um dos animais foi revelado porque um vídeo circulou em grupos de WhatsApp pela cidade. No momento da prisão em flagrante, os homens disseram, informalmente, aos policiais que os animais foram mortos a mando do patrão, pois as onças comiam bezerros.
Diante do delegado, a versão foi de agir por conta própria. A possibilidade de mandante também deve ser esclarecida por meio da análise dos celulares. De acordo com o delegado, caso tenha tido ordem para o abate das onças devem existir registros por meio de diálogos, imagens e vídeos nos aplicativos de conversa.
Ao divulgar o flagrante, a PMA destacou que "acredita que muito mais onças foram mortas na região".
Com os caçadores, na última quinta-feira (22), foram encontradas imagens de uma das ações que resultou na morte de um dos animais. No vídeo é possível notar que a dupla segue a cavalo pela mata e com o auxílio de cães de caça, da raça Foxhound -americano, encontram um animal. Assim que os cães cercam a onça, um dos capatazes desce do cavalo e realiza os disparos, enquanto o outro filma.
Durante ação da PMA (Polícia Militar Ambiental), que resultou na prisão em flagrante da dupla, além da onça abatida no vídeo, os caçadores confessaram ter abatido outro animal semelhante há aproximadamente 90 dias.
Na audiência de custódia, o juiz Rafael Gustavo Mateucci, titular da 1ª Vara Cível e Criminal de Rio Verde de Mato Grosso, entendeu que apesar das filmagens e confissão dos autores, não havia indícios de que as solturas dos capatazes poderiam culminar no cometimento de novos crimes, e, com isso arbitrou fiança de 10 salários mínimos (R$ 13.200), para cada preso.
“Não há nos autos elementos indicativos de que a soltura dos autuados possa culminar no cometimento de novos crimes, ou mesmo causar repercussão danosa e prejudicial ao meio social, até porque infere-se dos seus antecedentes que eles são primários (...). Não obstante, os flagrados indicaram, por ocasião da sua prisão, endereço certo, de forma que não existe risco concreto de prejuízo para instrução processual e a aplicação da lei penal”, aponta o magistrado.
23/06/2023 Homens matam onças a mando de patrão em Rio Verde
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