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Devotos enfrentam frio e chuva para celebrar Santo Antônio em Corumbá

Ricardo Albertoni em 13 de Junho de 2023

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Primeira celebração da manhã na igreja de Santo Antônio

Cercada de simbolismo e fé, a tradicional festa de Santo Antônio, conhecido como o santo "casamenteiro", é celebrada nesta terça-feira fria, feriado da Retomada de Corumbá. Na data instituída como dia do santo, 13 de junho, devido a sua morte aos 36 anos na cidade de Pádua, na Itália, a comunidade católica de Corumbá e Ladário se reúne para demonstrar sua fé e devoção ao santo junino.

Em Corumbá, os preparativos na igreja localizada no bairro Universitário e que leva o nome do santo, começam muito antes da data e têm grande participação da comunidade. Este ano, nem a baixa temperatura e chuva impediram a ida dos devotos à igreja.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Dom João Aparecido Bergamasco, explicou que a festa tem grande apelo popular

Ao Diário Corumbaense, o Bispo Diocesano, Dom João Aparecido Bergamasco, que celebrou a primeira missa do dia, explicou que a festa tem grande apelo popular devido a identificação do povo com o santo, que teve uma vida de desprendimento, seguindo os ensinamentos de Jesus Cristo.

“Santo Antônio é um santo muito popular e essa devoção foi trazida para o Brasil, muito pelo fato de ele ter morrido jovem e em seguida ter sido canonizado. Sua vida foi um grande exemplo do seguimento do nosso Senhor Jesus Cristo. Ele foi um grande pregador do Evangelho, uma pessoa que viveu uma vida simples, se aproximando dos pobres, visitando os doentes e sendo um grande exemplo, assim como o nosso senhor Jesus Cristo viveu. Por isso, o povo tem uma grande devoção e recorre à ele nos momentos difíceis da vida”, explicou o bispo.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Na tradição, quem encontra um anel em uma das fatias do bolo, será abençoado com um casamento

Entre um dos simbolismos mais marcantes está o bolo de Santo Antônio, com  alianças ou medalhinhas do santo escondidos em seu interior. Na tradição, quem encontra um anel em uma das fatias, será abençoado com a ida para o altar, fazendo jus à fama de "casamenteiro" do santo.

Desde as primeiras horas do dia, os fiéis já se encontravam na igreja para participar das celebrações e organização do evento e também de um dos pontos altos da festa, a comunhão, onde é distribuído café da manhã com bolos, frutas e os tradicionais “pãezinhos de Santo Antônio”.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Marisandra afirma que participar da festa já se tornou tradição de família

Alguns dos alimentos são feitos e oferecidos por membros da própria comunidade, muitos, em retribuição a alguma graça ou pedido alcançado. É o caso da enfermeira Marisandra de Arruda Ferreira, 44 anos, que faz do ato de levar os procurados “pãezinhos", uma tradição familiar. 

A tradição dos pãezinhos teria surgido quando o santo padroeiro pegava os pãezinhos do convento e dava aos pobres e aos doentes que se curavam ao comê-los. Assim, surgiu a tradição de abençoar os pãezinhos e distribuí-los ao povo. 

"Sempre pedimos saúde, união, saúde para toda a nossa família. É uma tradição antiga, de muitos anos, desde quando meu avô morava na fazenda. Isso a gente mantém como agradecimento pelas coisas boas que recebemos. Acabou se tornando uma tradição de família e tem passado de geração para geração", disse.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Nair Santos de Araújo falou da satisfação em ajudar nos preparativos

Gratidão a algo alcançado faz com que a fé se renove a cada ano. Com isso, cada vez mais “colaboradores fiéis” se juntam para celebrar o santo popular. A cozinheira Nair Santos de Araújo lembrou que ajuda nos preparativos há mais de uma década e falou da satisfação em fazer parte dos festejos.

“Ajudo há bem mais de dez anos. Tenho muita fé em Santo Antônio e já são muitos pedidos e graças alcançadas. Me sinto muito feliz em poder ajudar”, declarou.

A festa de Santo Antônio segue até à noite. Às 19h, com a missa de encerramento e depois atrações musicais. 

O Santo

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Santo Antônio também é conhecido como o santo "casamenteiro"

Também conhecido como santo "casamenteiro", nasceu em Lisboa, no ano de 1195, e morreu nas vizinhanças da cidade de Pádua, na Itália, em 1231, por isso é conhecido como Santo Antônio de Lisboa ou de Pádua. O nome de batismo dele era Fernando de Bulhões y Taveira de Azevedo.

Ainda jovem pertenceu à Ordem dos Cônegos Regulares, tanto que pôde estudar Filosofia e Teologia, em Coimbra, até ser ordenado sacerdote. Não encontrou dificuldade nos estudos, porque era de inteligência e memória formidáveis, acompanhadas por grande zelo apostólico e santidade. Aconteceu que em Portugal, onde estava, Antônio conheceu a família dos Franciscanos, que não só o encantou pelo testemunho dos mártires em Marrocos, como também o arrastou para a vida itinerante na santa pobreza, uma vez que também queria testemunhar Jesus com todas as forças.

Ao ir para Marrocos, Antônio ficou tão doente que teve de voltar, mas providencialmente foi ao encontro do “Pobre de Assis”, o qual lhe autorizou a ensinar aos frades as ciências que não atrapalhassem os irmãos de viverem o Santo Evangelho. Neste sentido, Santo Antônio não fez muito, pois seu maior destaque foi na vivência e pregação do Evangelho, o que era confirmado por muitos milagres, além de auxiliar no combate à Seita dos Cátaros e Albigenses, os quais isoladamente viviam uma falsa doutrina e pobreza. Santo Antônio serviu sua família franciscana através da ocupação de altos cargos de serviço na Ordem, isto até morrer com 36 anos para esta vida e entrar para a Vida Eterna.

Com informações do site Canção Nova.

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