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Em audiência pública, Corumbá defende agilidade no processo de relicitação da Malha Oeste

Da Redação com Ascom PMC em 27 de Abril de 2023

Divulgação/PMC

Audiência pública realizada na quarta-feira é uma das etapas da relicitação

Presente na audiência pública que debateu a concessão da Malha Oeste na quarta-feira (26), em Campo Grande,  o prefeito Marcelo Iunes cobrou mais agilidade no processo de relicitação do trecho que liga Corumbá até Mairinque, em São Paulo.

“Precisamos, o mais rápido possível, desenrolar esse processo que estava marcada para dois anos atrás. Colocar em prática esse processo para que Corumbá deixe de ser o início ou o fim da linha ferroviária para tornar-se o meio da rota bioceânica”, defendeu o chefe do Executivo municipal.

“Temos condições de exportar até 15 milhões de toneladas de minério de ferro e estamos exportando só 4 milhões. Isso ajudaria a gerar mais empregos e renda no município e fortaleceria também o comércio interno”, completou o prefeito, lembrando que a ferrovia também tiraria boa parte do tráfego pesado da BR-262.

“Hoje algumas siderurgias do sudeste, do Rio de Janeiro e de Minas Gerais, estão comprando minério de Corumbá e esse material está indo pela BR-262. Com a ferrovia funcionando esse volume poderia ser ainda maior e ajudaria o Estado, na arrecadação do ICMS”, pontuou Iunes.

O prefeito de Corumbá ainda concordou com o secretário estadual Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), de que a Malha Oeste seria também a redenção da BR-262. “Nesta quarta mesmo tivemos um acidente grave, com dois óbitos, próximo à ponte sobre o rio Paraguai. Além de danificar a estrada e deixá-la mais perigosa, o tráfego intenso também provoca a morte de animais”, completou o prefeito.

O secretário de Governo, Luiz Antônio da Silva, também participou da audiência, realizada pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) em Campo Grande, e destacou a importância do ativo para todo o Mato Grosso do Sul. "O Município e o Estado deixam de arrecadar e de gerar mais frentes de trabalho sem a ferrovia", disse.

Avaliação

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico e Sustentável de Corumbá, Cássio Augusto da Costa Marques, a audiência foi positiva. “Foi apresentado o estudo de viabilidade comprovando que existe carga para ser transportada pela Malha Oeste, desde Corumbá até São Paulo”, pontuou.

“Foram questionados alguns pontos, como a mudança das bitolas e alguns equipamentos, como a ponte que corta o rio Paraguai, se estavam devidamente contemplados no estudo de engenharia. Mas o resumo é que foram acolhidas varias sugestões que serão levadas para a ANTT e vão nos dar a resposta”, prosseguiu Cássio, que ainda levantou um tema importante para a região.

“Nossa preocupação foi principalmente sobre a mudança da bitola de 1 metro para 1,6 metro, que traz uma inviabilidade da conexão com as ferrovias boliviana, argentina e chilena. A conexão que buscamos com o Pacífico através das ferrovias, fica comprometida com essa mudança estrutural da linha. Isso foi reforçado por outras pessoas, principalmente operadores que atuaram com transporte nessa malha e não há, em nossa entendimento, uma grande justificativa técnica para que isso ocorra”, concluiu.  

A relicitação

A empresa que assumir a concessão futuramente terá que investir aproximadamente R$ 20 bilhões para operação e modernização dos 1.625,30 quilômetros da ferrovia, que estava sob gestão Rumo Malha Oeste S.A, mas que foi devolvida ao poder público em 21 de julho de 2020.

Na nova concessão, não está inclusa a reativação do ramal de 348 km que liga Campo Grande a Ponta Porã. No entendimento da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), a inclusão do trecho colocaria em risco todo certame devido a inviabilidade financeira, que poderia acarretar um prejuízo de R$ 613 milhões ao longo dos 60 anos de contrato. 

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