Leonardo Cabral em 08 de Abril de 2023
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense
Público lotou igreja para acompanhar a encenação da Paixão de Cristo
O público foi convidado a entrar e se acomodar. O altar foi o palco para a apresentação dos mais de 50 crianças, jovens, adolescentes e adultos, das paroquias de Corumbá e Ladário, que fizeram parte da encenação, comandada por Ligia Beatriz Derval de Souza, coordenadora diocesana do Ministério de Música e Artes da Renovação Carismática Católica diocesano.
A apresentação teve início com a anunciação do anjo à Maria sobre a chegada do menino Jesus, que entrou carregado, ainda criança. Em seguida, seguiu já na fase adulta de Jesus, que foi batizado no rio Jordão e, então, teve início sua trajetória até a crucificação e ressurreição.
Uma das cenas que chamou a atenção foi quando Jesus chegou no tempo da paixão, e foi, com seus discípulos para Jerusalém, a fim de participar da grande festa da Páscoa. Os judeus vinham de todas as partes. Na quinta-feira à noite, Jesus também se reuniu com os seus discípulos num grande Cenáculo. Ali, durante a ceia Jesus instituiu a Santa Ceia.
A cena foi representada por uma mesa grande, com Jesus na ponta, João do seu lado e Judas do outro, mais os dez discípulos, todos comem quando então, Jesus fala: “vos digo que um dentre vós me trairá”, se referindo a Judas Iscariotes, quem traiu Jesus e o entregou para a crucificação.
Responsável por representar Jesus, o ator Luiz Silvério Romão Ortiz, de 24 anos, disse que ficou feliz com a apresentação. Foram cerca de dois meses de ensaios até chegar àquele momento.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense Jesus, interpretado por Luiz Silvério Romão Ortiz, de 24 anos, crucificado na cruz
Durante sua interpretação, ele foi deixando o público 'hipnotizado' a cada cena. A que mais chamou a atenção foi a prisão de Jesus, a condenação até a crucificação, colocado na cruz, e logo em seguida é retirado e deixado no colo de sua mãe, Maria, interpretada pela jovem, Maria Gabriela Romão da Silva, de 18 anos.
“Além de ser um papel importante, é também de sensação de felicidade por estar fazendo essa interpretação, ainda mais pelo fato de cantar e por me chamar Maria. Passar esse momento especial da história da igreja como Maria com Jesus ainda criança, como na fase adulta, até a sua crucificação é de extrema responsabilidade e emocionante”, declarou Maria Gabriela.
Dando vida ao que é conhecido dentro da história, como “traidor”, Judas Iscariotes, foi interpretado por Caio Rafael, de 17 anos. O jovem estava bastante ansioso e nervoso com a apresentação.
“É uma grande responsabilidade, esse papel traz muito sobre a humildade da pessoa, pois, Judas em sã consciência foi capaz de trair o mestre. Dele tiramos o exemplo de tentação, ele duvidou e, por ele ter duvidado, aconteceu o que aconteceu, Jesus foi preso e crucificado”, mencionou o jovem.
Emoção público
E foi através da cena em que Jesus, após ser crucificado e retirado da cruz que o público se emocionou.
Para Sonia de Mello, que estava acompanhada de parte da família, esse momento foi de muita reflexão e emoção, pois ela se colocou no lugar de Maria, que é mãe, vendo todo o sofrimento do filho, Jesus.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense Jesus, morto no colo da mãe, Maria, chamou a atenção do público que se emocionou com a cena
“A gente está aqui sentada, mas ao mesmo tempo parece que estamos vivenciando essas cenas, é como se estivéssemos participando. Tenho dois filhos que estão ali, é muito maravilhoso, valeu muito a pena vir e acompanhar tudo de perto”, disse Roseli Torres.
Retomada
Responsável por dar vida aos personagens e organizar o espetáculo junto com Dilson Villalva, que ensaiou os jovens, Ligia Beatriz Derval destacou a participação de cada um na apresentação.
“Essa encenação é uma iniciativa da RCC diocesana. Um retomar do projeto do saudoso padre Rosalino Jesus dos Santos. O objetivo é unir a igreja, aproximando jovens e famílias no caminho da palavra de Deus. Cada um é um tijolo na construção do reino de Deus. Sou grata pelo sim dos jovens. Sem eles nada seria possível e pelo apoio incondicional do pároco padre Rodenei”, disse Ligia que foi bastante ovacionada por todos ao fim do espetáculo.
Assistindo toda peça que retratou o sofrimento e a ressurreição de Jesus, o Bispo Diocesano de Corumbá, Dom João Aparecido Bergamasco, ressaltou a atuação dos jovens.
“Trabalho feito pelos jovens e ao mesmo tempo, através da arte passa a mensagem para a comunidade. Para nos católicos chamamos de Tríduo Pascal, celebração que começa na quinta-feira à noite com a Santa Ceia, onde acontece o lava-pés, essa celebração encerra na vigília pascal, sábado à noite com a ressurreição de Jesus. Para nós, o Tríduo Pascal é o centro da nossa vida cristã. Celebramos a plenitude do mistério, Cristo manifesta a vida, morte e ressurreição”, disse o Bispo ao Diário Corumbaense.
“Para nós é sempre importante celebrar a semana santa de maneira especial, nesse dia em que recordamos o mistério da paixão do nosso senhor. O dia em que para nós se consuma a salvação de Deus no alto da cruz. Essa iniciativa dos nossos jovens em retomar essa encenação da via sacra, tradição na diocese e que agora estamos tentando dar junto esse novo ânimo, significa para eles a experiência da renovação da fé e principalmente de reanimação da atividade da juventude como igreja, para eles se torna experiência de ressurreição. Emprestar a sua vida, seu corpo, rosto, para transmitir a mensagem para as pessoas é compartilhar o sentimento de Jesus. Isso gera efeito positivo na vida de cada um deles dentro da sociedade, na família, pois fazem de todo esse gesto vivenciado na encenação se transforme, se converta na forma nova de vivencia lá fora”, disse o padre Victor Veridiano de Santana.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense Ao final do espetáculo, Lígia, de branco e com o microfone, agradeceu a todos os envolvidos
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