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Apreensão de queijos gera polêmica; Iagro diz que fiscalização combate venda de produtos sem inspeção

Leonardo Cabral em 06 de Abril de 2023

Foto enviada do Diário Corumbaense

Queijos apreendidos em Corumbá

Assentados de Corumbá estão se sentindo prejudicados pela fiscalização contra a gripe aviária (influenza aviária), realizada pela Iagro (Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal), na faixa de fronteira com a Bolívia, país que registrou caso da doença.

As barreiras sanitárias e controle de entrada de mercadorias e produtos de origem animal e vegetal, como batata, banana, queijo, leite, ovos, carnes, entre outros, começou em fevereiro.

Em uma das apreensões, nesta quinta-feira, 06 de abril, uma grande quantidade de queijos foi apreendida pela equipe da Iagro, em uma estrada que liga a área rural de assentamentos à área urbana de Corumbá. O produto era transportado em um veículo e pertencia a um assentado.

Sobre a apreensão, que repercutiu nas redes sociais com a pergunta: Essa operação do IAGRO é pra barreira sanitária do surto vindo da Bolívia ou para autuar os Assentados? (sic), Cristiano Moreira de Oliveira, diretor adjunto da Iagro, explicou ao Diário Corumbaense, que produtos sem inspeção para comércio nunca foram liberados, reforçando a proibição por lei federal.

“Produto de origem animal sem inspeção coloca em risco a saúde pública. Não tem acordo de não fiscalizar, é um serviço o qual somos obrigados a fazer, é nossa responsabilidade e responsabilidade de saúde pública, as fiscalizações continuam. Acontece que se uma pessoa for parada pela fiscalização com dois ou três queijos, aí não caracteriza para comércio, mas para consumo próprio. Nessa situação da apreensão, o carro estava com mais de 100 queijos. Tudo foi produzido sem nenhuma inspeção, sem controle sanitário. Esse alimento pode transmitir para a população que compra, sem imaginar como foi fabricado, inúmeras doenças como, brucelose, tuberculose, salmonelose, entre várias outras. Muitos queijos que são fabricados dessa forma, se fizermos uma análise, há coliformes fecais da vaca, então não podemos deixar esses produtos chegar ao consumidor, isso é lei federal, não estamos fazendo isso por conta da gripe aviária, mas sim, pela questão sanitária e saúde pública que é atribuição da Iagro”, explicou Cristiano.

Ele mencionou ainda que foi conversado nos assentamentos para que as pessoas não façam esse tipo de comércio. “Se for pego carro com três quatro queijos tudo bem, agora cerca de 120 queijos, ainda mais na condição em que estavam, no assoalho do carro sem condições de higiene e conservação. Esses produtos foram apreendidos e serão destruídos. O que os assentados têm que fazer e já nos propusemos a ajudar junto a Prefeitura, pois é a responsável por isso, é construir uma usina de laticínio que possa escoar a produção de leite dos assentamentos e com inspeção municipal, que aí sim, pode vender para o município inteiro com critério, com procedimento de higiene”, completou.

A Prefeitura de Corumbá informou que, por meio da Superintendência de Agricultura Familiar, tem orientado às famílias sobre o Selo de Inspeção Município (SIM). Disse que não apoia a ação do órgão estadual, mas entende que eles estão tão somente seguindo a Lei.

Ainda de acordo com a Prefeitura a usina de laticínio já existe. Fica no Assentamento Urucum, mas hoje, está abrigando os estudantes da Escola Municipal Rural Carlos Cárcano enquanto as questões burocráticas da reforma são resolvidas.

Há ainda a questão de formalizar a parceria entre Prefeitura, Estado e produtores para o funcionamento da usina de laticínio e não há prazo para isso.

"Influenza aviária"

Na Bolívia houve registro de gripe aviária, além de países como Argentina e Uruguai. O Brasil nunca registrou caso da doença e implantou as barreiras sanitárias em áreas de fronteira.

A "influenza aviária’ é viral e atinge aves domésticas e silvestres, com alto nível de contágio. Apesar de casos registrados em humanos, ela não é transmitida pelo consumo de carne ou ovos.

(matéria editada para acréscimo de informações da Prefeitura)

Comentários:

Anderson Nogueira : Mas porque que na feira livre vc umonte de boliviano vendendo queijos e porque não tem fiscalização na fronteira como passa esses queijo que eles vende entre outros produtos tmbm isso que acho errado fiscalizam uns e outros não

Wilson José Quidá : Não faz muito tempo, nós tínhamos uma usina de leite no urucum, e ainda me lembro muito bem que foi montada a usina para o beneficiamento do leite dos assentados e ainda foi adquirido dois caminhões Mercedes benz e uma veículo tipo kombi para fazer o trabalho de coleta e distribuição dos produtos feitos na usina, uma pergunta:"Que fim levou toda essa estrutura?".

Elizandra S Soares : Interessante essa fiscalização, o Iagro deveria fiscalizar também os feirantes bolivianos que vendem seus queijos nas feiras livres diariamente, sem qualquer condição de armazenamento e higiene!

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