Portal de Notícias de MS em 09 de Março de 2023
Álvaro Rezende
Enquanto faz a equoterapia, Benjamim é acompanhando de perto pela equipe multidisciplinar e o trabalho já surtiu efeitos
Júlio, 11 anos, é autista e demonstra toda a alegria que sente ao cavalgar na égua Paraguaia com pulos. A reação positiva dele a cada sessão de terapia é resultado do trabalho iniciado em 2019. “No início ele era muito hiperativo, com dificuldades de concentração. Quando conversavam com ele durante a terapia ele não respondia e hoje em dia ele interage. O trabalho envolve o corpo, a mente e o ambiente em volta. Então isso ajudou muito ele, já trouxe muitas melhorias”, afirma Anne Caroline Ferreira, 38 anos, que é pedagoga e mãe de Júlio.
A resposta rápida, quando questionado se gosta da terapia com os animais do que de ir à escola, mostra a importância do projeto para o garoto. “Eu gosto mais de andar a cavalo”, afirmou com clareza.
“Na área da fisioterapia nós trabalhamos a melhora da postura, coordenação motora, controle de tronco e cervical, fortalecimento. Os ganhos são muitos, o cavalo trabalha 100% de estímulo para a criança, trata tudo. É multidisciplinar, então também tem a questão da socialização e vínculo”, afirma a fisioterapeuta Jaqueline de Barros.
Outra profissional do projeto, a psicóloga Jéssica Steele de Freitas, pontua outros ganhos para os pacientes. “Fazemos todo o trabalho de aproximação com o cavalo, por ser um animal de grande porte, além da orientação familiar. Melhora a autoestima, autoconfiança, estímulos cognitivos. O mediador principal é o cavalo, mas permite a abordagem em todas as áreas, como a linguagem, regras, limites”.
A comunicação efetiva é um dos benefícios da terapia para o pequeno Benjamim, 4 anos. “Ele tem autismo leve e melhorou a fala. Quando começou a equoterapia, não falava quase nada, até “mamãe” era difícil para ele dizer. Agora ele se expressa e comunica de forma mais clara”, pontuou a educadora física Sandra Gonçalves.
Projeto
O Centro de Equoterapia da PMMS iniciou as atividades em setembro de 2002 em Campo Grande. Atualmente, além da Capital, o projeto atende 464 pacientes também dos municípios de Aquidauana, Corumbá, Dourados, Nova Andradina e Sidrolândia.
A equoterapia é um método terapêutico que utiliza cavalos mansos, dóceis e bem treinados, como estímulo para o desenvolvimento da mente e do corpo. Serve como complemento no tratamento de adultos e crianças com deficiências ou alguma necessidade especial.
A terapia é semanal e dura em média 30 minutos. Para participar é preciso ter indicação médica e estar inserido em quadros clínicos específicos como: doenças genéticas, neurológicas, ortopédicas, musculares, clínico metabólicas, sequelas de traumas e cirurgias.
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