Rosana Nunes em 07 de Março de 2023
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Última vez que a altura do rio superou os 2 metros na primeira semana de março, foi em 2019
Boletim do Serviço Geológico do Brasil (SGB-CPRM) mostra que em Ladário, Forte Coimbra e Porto Murtinho, o rio Paraguai já apresenta “níveis compatíveis com aqueles considerados normais para este período”.
Desde o dia 1° de janeiro deste ano, o rio Paraguai subiu 1 metro e 66 centímetros, passando de 32 centímetros para a marca atual de 1,98 metro na estação de Ladário. Segundo o relatório hidrológico, a previsão é de “continuidade de uma subida contínua e gradual”.
Prognóstico do Serviço Geológico indica tendência de elevação do nível de água nas estações monitoradas. A estimativa é que o rio Paraguai, na centenária régua da Marinha em Ladário, chegue aos 2,17 metros em 17 de março. No dia 24, a marca prevista é de 2,27 metros. A previsão aponta 2,37 metros no último dia deste mês. Marcas semelhantes para março atingidas pela última vez em 2019.
No ano passado, o nível máximo do rio foi de 2,64 m alcançado em 30 de junho. Isso é indicativo que o pico da cheia, deste ano, supere a marca registrada em 2022 em Ladário
Embora demore a responder de forma mais efetiva à chuva, uma vez que, o rio é mais volumoso e a bacia é maior, a estação de Ladário – onde está instalado o Centro de Hidrografia e Navegação do Oeste, do 6° Distrito Naval – é considerada um termômetro para medir o grau da estiagem no bioma Pantanal.
A maior cheia do século passado ocorreu em abril de 1988, quando o rio Paraguai atingiu a marca de 6,64 metros na régua de Ladário, superando os 6,62 m de maio de 1905. Cheia normal compreende de 5 a 5,99 metros. Cheia igual ou superior a 6 metros é considerada como uma cheia grande ou "super cheia".
Vários meses
A cheia do rio Paraguai se dá ao longo de vários meses do ano, caracterizando o lento escoamento das águas no Pantanal. Isto se deve à complexa combinação das contribuições de cada planície cujas lagoas e baías funcionam como reguladores de vazão acumulam água e amortecem a elevação do nível, durante o crescimento da cheia, e cede água durante a recessão.
Ocorrem enchentes locais em diversas regiões, ao longo do ano, dependendo do regime de chuvas. Na região entre Cáceres e Cuiabá, o trimestre mais chuvoso estende-se de janeiro a março, com ocorrência de níveis d'água elevados em março.
Na sub-bacia do rio Miranda, o trimestre mais chuvoso estende-se de dezembro a fevereiro, com ocorrência de níveis elevados em fevereiro. Em Cáceres, as cheias ocorrem entre fevereiro e março, recebendo contribuições intermediárias a jusante, alcançam Corumbá, entre maio e junho, e Porto Murtinho, entre julho e agosto.
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