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Sem "fumacê", Saúde de Corumbá reforça apoio da população para combater a dengue

Leonardo Cabral em 01 de Março de 2023

Arquivo Diário Corumbaense

Inseticida não estará disponível para distribuição nos próximos 60 dias

Mesmo com casos crescentes de dengue e com postos de saúde e pronto-socorro cheios, Corumbá não terá a utilização do Ultra Baixo Volume veicular (LECO), popularmente conhecido por “carro fumacê”. Há desabastecimento do produto, que é de responsabilidade do Governo Federal e repassado às Secretarias Estaduais de Saúde.

Com a falta do inseticida utilizado na nebulização espacial, é fundamental que a população colabore evitando jogar lixo em terrenos baldios, mantendo os quintais limpos e evitando objetos que possam acumular água parada para reduzir a proliferação do mosquito Aedes aegypti.

Neste ano, Corumbá contabiliza 1.229 notificações de dengue, num total de 199 pessoas infectadas pela doença. Os dados correspondem ao boletim epidemiológico da Secretaria Municipal de Saúde, da semana 7, emitido na última sexta-feira (24) e, que, assim, como a do Estado, traz informações semanalmente em relação à doença. 

Para Luciana Ambrósio, gerente de Vigilância em Saúde da Prefeitura de Corumbá, o uso do fumacê é importante, porém, ela alerta que só o uso do inseticida não ajuda.

“Na verdade, o fumacê mata o mosquito adulto e ainda sim, ele é seletivo, pode ter alguns que tenham resistência, ele é eficaz, pois vai matar o mosquito, mas o principal foco do combate aos casos de dengue é em relação à proliferação do mosquito, ou seja, reservatórios dentro das residências. Dados apontam que 80% dos reservatórios estão dentro das casas, por isso, a gente fala que é muito importante esse olhar da população dentro do seu território, tem que inspecionar o ambiente ande mora, já que até uma tampinha de garrafa serve como criadouro para a proliferação do Aedes aegypti”, explicou Luciana mencionando que além da dengue o mosquito é transmissor da zika vírus e febre chikungunya.

Comitê de Arboviroses

Em reunião na terça-feira, 28 de fevereiro, o Comitê de Arboviroses Dengue, Zika e Chikungunya, instalado pela Secretaria Municipal de Saúde, ficou decidido o apoio de militares da Marinha do Brasil, no trabalho de ações contra o mosquito transmissor.

Os trabalhos começam na sexta-feira, 03 de março, com 20 militares da Marinha, em mutirão no bairro Cristo Redentor, juntamente com os agentes de endemias e agentes comunitários. Nesta localidade há 147 notificações da doença, com 27 positivos.

Desabastecimento

Em ofício, a Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente informou que desde 2021, o Ministério da Saúde deu início à aquisição do inseticida para a aplicação espacial em Uultra Baixo Volume (UBV), Imidacloporida + Praletrina (Cielo UVL), usado no controle do Aedes na sua forma adulta, visando o período sazonal de 2022/2023, e considerando os estoques já existentes.

No entanto, devido ao cenário internacional, parte dos prazos e protocolos que integram o processo de aquisição de insumos para controle do Aedes ficaram comprometidos, o que afetou o cronograma de abastecimento nacional. Optou-se por incluir um novo adulticida para o uso em UBV: Flupiradifurone + Transflutrina (Fludora Co-Max), evitando-se assim, a dependência de um único fornecedor.

Em maio de 2022 o Ministério da Saúde iniciou a aquisição do Fludora Co-Max. Para o uso desse novo produto é necessário seguir com o processo de aprovação de excepcionalidade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), com o processo o seguimento de trâmites de conclusão da aquisição. No entanto se aprovada e excepcionalidade pela Anvisa, por se tratar de aquisição internacional, o produto não estará disponível para distribuição nos próximos 60 dias.

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