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"Mataram achando que era outra pessoa", diz mãe de jovem que morreu em tiroteio

Campo Grande News em 11 de Fevereiro de 2023

Divulgação

Marcus Vinicius e Luan Espíndola, mortos durante confronto com policiais

“Levaram meu filho para o mato e executaram. Mataram meu filho achando que era outra pessoa”, lamentou Kattyne Ortiz Peralta, de 42 anos, mãe de Marcus Vinicius Ortiz, de 24 anos, que morreu na noite de ontem (10), durante confronto com policiais militares do Batalhão de Choque. Ele estava dentro de um Honda Civic, de cor preta, acompanhado de Luan Espíndola, de 19 anos, que também morreu.

Katty confirma que sempre emprestava o carro para o filho, e que a notícia de dois jovens mortos que estavam neste mesmo veículo, a deixou assustada, sem ainda saber que se tratava de Marcus.

“Minha nora mandou a notícia para minha filha, que viu no jornal que tinha morrido dois homens no Civic. O Civic é meu, ele está no meu nome. E ela falou que ele não atendia o celular, dava desligado”, lembra.

“Foi passando as horas e fui ficando apavorada. Fui na UPA, a moça me falou que tinha chegado dois rapazes, que tinha ido a óbito e eu fui na Cepol”, completa.

Segundo a mãe, Marcus morava na Moreninhas 4, junto com a esposa e dois filhos, e trabalhava de servente de pedreiro.

Conforme informações policiais, Marcus tinha ficha por crimes de desobediência, homicídio, receptação, roubo e ameaça. Já Luan tinha passagens por tráfico de drogas, resistência, lesão corporal, adulteração de veículo, furto, roubo e lesão corporal.

No entanto, Katty contesta sobre a ficha criminal com o nome do filho. Ela afirma que ele não tinha passagens e que não devia nada à polícia.

“Eles são colegas, mas esse Luan só vi uma vez, não tinha conhecimento dele. Meu filho jamais ia fazer isso, é tudo mentira. Ele me falava: ‘Qualquer coisa que acontecer comigo eu jamais vou correr, porque eu prefiro ficar preso do que morto’”, lembra.

Além disso, ainda conforme relata a mãe, a foto de outra pessoa foi divulgada se passando por Marcus. “Eu não conheço esse menino. Ele está usando o nome do meu filho”, acredita.

Entenda

O caso aconteceu na noite de ontem, na Rua Ênio Cunha, na região do Bairro Universitário, em Campo Grande.

Conforme consta no boletim de ocorrência, os policiais da 6ª Companhia Independente de Polícia Militar faziam rondas na região, quando dois homens que estavam no Honda Civic, tentaram fugir em alta velocidade, depois de terem avistado a viatura.

Eles se abaixaram dentro do carro e fizeram curvas bruscas nos cruzamentos, situação que motivou a abordagem.

Com isso, os policiais do Batalhão de Choque foram acionados para dar apoio à perseguição, que se estendeu por vários quilômetros. Segundo a polícia, quando chegaram na Rua Ênio Garcia, os dois desceram do carro, cada um com a arma em punho, e dispararam contra as equipes policiais, que revidaram.

Eles foram baleados e socorridos pela própria polícia para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário, onde morreram. No tiroteio, nenhum policial ficou ferido.

Ainda de acordo com o boletim registrado, Marcus portada um revólver calibre 38, com seis munições, sendo quatro deflagradas e duas intactas. Luan carregava revólver calibre 32 (cinco deflagradas e uma intacta). 

#Em reportagem anterior, foi usada foto de outro rapaz, como sendo Marcus, informação que havia sido repassada pela Polícia Militar. A foto foi retirada.