G1/Distrito Federal em 29 de Janeiro de 2023
Reprodução/G1
O caso veio à tona a partir do desaparecimento da cabeleireira e dos seus três filhos pequenos, no dia 12 de janeiro
Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos, tinha ficha criminal e cumpriu pena na unidade, onde conheceu um dos suspeitos, Gideon Batista de Menezes. De acordo com o delegado Ricardo Viana, da 6ª Delegacia de Polícia, no Paranoá, Marcos também conheceu Horácio Carlos Ferreira Barbosa dentro da prisão. O trio manteve proximidade depois de libertados.
"Eles teriam uma parceria, se encontraram, e essa amizade teria começado no interior da cadeia. O Marcos os trouxe para morar na residência, tanto o Gideon como o Horácio. De lá , eles criaram vínculo, e eles conviviam com a família", disse o delegado.
A TV Globo apurou que Marcos Antônio tinha 11 inquéritos na Polícia Civil do Distrito Federal, sendo quatro condenações. Os crimes são: roubo; furto e associação criminosa.
Segundo a Polícia Civil, os dez assassinatos tiveram como motivação uma chácara avaliada em R$ 2 milhões, onde Marcos morava com a família. Além da cabeleireira Elizamar e do sogro dela, o grupo matou outras oito pessoas com a finalidade de acabar com a linha sucessória e evitar que houvesse algum herdeiro para o terreno. Assim, eles poderiam se apossar da chácara – e, posteriormente, vendê-la.
Na quinta-feira (26), os corpos de Marcos Antônio e do filho dele, Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos - marido de Elizamar - foram sepultados no cemitério Campo da Esperança, na região do Gama. A família não quis fazer velório.
Maior chacina da história do DF
O caso veio à tona a partir do desaparecimento da cabeleireira e dos seus três filhos pequenos, no dia 12 de janeiro. O corpo de Marcos Antônio, sogro da cabeleireira, foi encontrado enterrado e esquartejado perto da casa usada como cativeiro pelos criminosos, em Planaltina, no dia 18 de janeiro.
Na última terça-feira (24), o cadáver de Thiago foi localizado dentro de uma cisterna na mesma região. No local, também estavam os corpos de Claudia Regina Marques e Ana Beatriz Marques, ex-esposa e filha de Marcos Antônio.
Na madrugada de quinta-feira (26), a Polícia Civil do DF prendeu, o quinto suspeito de envolvimento na chacina. Carlos Henrique Alves da Silva tem 25 anos, é conhecido como Galego e foi detido no Itapoã, no DF. Segundo a corporação, ele é suspeito de ajudar no sequestro de Thiago, marido de Elizamar.
Os outros quatro detidos por envolvimento no caso são: Gideon Batista de Menezes, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, Fabrício Silva Canhedo e Carlomam dos Santos Nogueira. O grupo é investigado por associação criminosa, extorsão mediante sequestro agravado pelo resultado morte, ocultação de cadáver e corrupção de menores.
Segundo o advogado da família de Elizamar, um dos suspeitos, Carlomam dos Santos Nogueira, disse, em depoimento, que o crime foi motivado por uma disputa de terras entre os suspeitos e duas das vítimas. Esta foi a maior chacina da história do Distrito Federal. As 10 vítimas tinham idades entre 6 e 54 anos.
Os mortos são: Elizamar Silva, de 39 anos: cabeleireira; Thiago Gabriel Belchior, de 30 anos: marido de Elizamar Silva; Rafael da Silva, de 6 anos: filho de Elizamar e Thiago; Rafaela da Silva, de 6 anos: filha de Elizamar e Thiago; Gabriel da Silva, de 7 anos: filho de Elizamar e Thiago; Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos: pai de Thiago e sogro de Elizamar; Cláudia Regina Marques de Oliveira, de 54 anos: ex-mulher de Marcos Antônio; Renata Juliene Belchior, de 52 anos: mãe de Thiago e sogra de Elizamar; Gabriela Belchior, de 25 anos: irmã de Thiago e cunhada de Elizamar; Ana Beatriz Marques de Oliveira, de 19 anos: filha de Cláudia e Marcos Antônio.
Prisões
Os cinco suspeitos presos por envolvimento na chacina da família são: Gideon Batista de Menezes; Horácio Carlos Ferreira Barbosa; Fabrício Silva Canhedo; Carlomam dos Santos Nogueira; Carlos Henrique Alves da Silva. Gideon trabalhava com Marcos Antônio, uma das vítimas. O delegado do caso afirma que o suspeito foi encontrado com as mãos queimadas. J
Já Horácio confessou o crime à polícia e chegou a dizer que os assassinatos foram encomendados por duas das vítimas – Thiago Belchior e seu pai, Marcos Antônio. No entanto, posteriormente, a polícia constatou que eles também foram mortos na chacina. Fabrício foi preso em seguida e seria responsável por manter parte das vítimas em cativeiro. O quarto suspeito, Carlomam, se entregou à polícia nesta quarta-feira (25). As investigações apontam que ele conhecia as vítimas e pelo menos um dos outros suspeitos.
Por fim, Carlos Henrique foi preso na quinta-feira (26). Ele é suspeito de participar do sequestro e da morte de Thiago. Na noite de terça-feira, um adolescente de 17 anos foi apreendido pela Polícia Militar, suspeito de participação na chacina. Segundo a corporação, ele confessou a participação no crime.
Como não havia situação de flagrante nem mandados válidos contra o rapaz, ele foi liberado. No entanto, o adolescente voltou a ser apreendido neste sábado (28), após mandado expedido pela Vara da Infância e Juventude (VIJDF).
Motivação
O advogado da família de Elizamar da Silva afirma que o delegado da 6ª Delegacia de Polícia, que investiga o caso, apura se a motivação do crime foram as terras em Planaltina, no DF, onde Marcos Antônio e Renata Belchior, sogros de Elizamar, moravam.
O advogado afirmou, inclusive, que essas terras foram objeto de uma ação que a família ganhou, mas que os criminosos tentavam tomar. "As demais informações correm sob sigilo, e o delegado deve falar tão logo conclua o inquérito. Mas, a verdadeira e principal motivação do crime eram as terras", pontuou João Darc's.
O advogado comentou, ainda, que a polícia já tem elementos suficientes para oferecer denúncia ao Ministério Público e ao Judiciário contra os suspeitos pelas mortes.
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