Agência Brasil em 12 de Janeiro de 2023
Segundo o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Paulo Pimenta, a liberação dessas informações - que abrangem os mandatos de Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010), Dilma Rousseff (2011-2016), Michel Temer (2016-2018) e Jair Bolsonaro (2019-2022) - atende uma determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), tomada em novembro do ano passado. Desde 2017, segundo o ministro, a corte de contas discutia a forma como essas informações deveriam ser divulgadas.
Pela Lei de Acesso à Informação, os dados que coloquem em risco o presidente e vice-presidente, incluindo cônjuges e familiares, deve ser mantido sob sigilo até o término do mandato.
"O Acórdão do dia 30/11 determinou que a divulgação deve ser feita e com transparência ativa, portanto, publicada no site de transparência do governo", explicou Pimenta.
Para cumprir a determinação, o governo anterior teria disponibilizado os dados até 2018, no fim de dezembro. Já no dia 06 de janeiro, com o término do mandato de Bolsonaro, os dados do período de 2019 a 2022 também foram incluídos.
A disponibilização dos números também é decorrente de um pedido da agência Fiquem Sabendo, especializada no acesso a informações públicas.
Pelas planilhas disponibilizadas, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que terminou o mandato no fim do ano passado, gastou cerca R$ 27,6 milhões entre 2019 e 2022 no cartão corporativo. A maior parte dos gastos se refere a hospedagem (R$ 13,7 milhões), tanto em viagens nacionais quanto internacionais; alimentação e supermercado (R$ 10,2 milhões). Também há gastos com abastecimento e outras despesas.
Recursos
De acordo com Paulo Pimenta, esses dados agora disponíveis sobre o cartão corporativo presidencial não se referem a outros sigilos que estão sob análise da Controladoria Geral da União (CGU). No dia 1º de janeiro, logo ao tomar posse, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou um decreto determinando que a CGU analisasse a necessidade de manutenção ou levantamento de sigilo de uma série de dados.
O ministro explicou que, ao longo dos últimos 4 anos, mais de 65 mil informações solicitadas por cidadãos no Portal da Transparência tiveram acesso negado. Dessas, restaram 2 mil informações, em que os solicitantes interpuseram recursos, e que caberá à CGU dar a palavra final. O órgão tem até o fim deste mês para emitir o parecer, conforme o decreto de Lula.
Gastos em cartões corporativos da Presidência, ano a ano
ANO | Valor corrente (à época) | Valor atual (corrigido pelo IPCA) |
2003 (Lula) | 5.327.599,63 | 15.837.386,05 |
2004 (Lula) | 6.541.238,37 | 18.279.046,08 |
2005 (Lula) | 5.204.035,80 | 13.562.363,31 |
2006 (Lula) | 4.977.941,73 | 12.483.980,56 |
2007 (Lula) | 3.857.905,40 | 9.338.553,69 |
2008 (Lula) | 6.084.616,50 | 13.854.849,17 |
2009 (Lula) | 5.438.863,41 | 11.877.323,73 |
2010 (Lula) | 6.556.309,21 | 13.592.725,94 |
2011 (Dilma) | 4.584.576,00 | 8.924.401,78 |
2012 (Dilma) | 4.598.570,59 | 8.499.915,23 |
2013 (Dilma) | 6.022.000,19 | 10.479.721,09 |
2014 (Dilma) | 9.305.096,62 | 15.224.203,13 |
2015 (Dilma) | 5.706.943,28 | 8.563.434,94 |
2016 (Dilma/Temer) | 4.192.262,08 | 5.786.643,16 |
2017 (Temer) | 4.003.637,84 | 5.343.938,02 |
2018 (Temer) | 4.866.043,60 | 6.276.778,42 |
2019 (Bolsonaro) | 5.382.478,10 | 6.675.933,62 |
2020 (Bolsonaro) | 7.314.318,09 | 8.739.194,77 |
2021 (Bolsonaro) | 9.927.562,29 | 10.991.970,98 |
2022 (Bolsonaro) | 4.997.298,75 | 5.131.168,15 |
No Diário Corumbaense, os comentários feitos são moderados. Observe as seguintes regras antes de expressar sua opinião:
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. O Diário Corumbaense se reserva o direito de, a qualquer tempo, e a seu exclusivo critério, retirar qualquer comentário que possa ser considerado contrário às regras definidas acima.