G1/Brasília e TV Globo em 05 de Janeiro de 2023
Reprodução/TV Brasil
Emedebista assumiu nesta quinta o Ministério do Planejamento, que foi recriado por Lula
Em discurso, Simone Tebet disse que os pobres serão tratados com prioridade no orçamento público. "Os pobres estarão prioritariamente no Orçamento público. A primeira infância, idosos, mulheres, povos originários, pessoas com deficiência, LGTBQIA+. Passou da hora de dar visibilidade aos invisíveis. Tem de abarcar todas essas prioridades, sem deixar de ficar de olho na dívida pública", afirmou.
Ela acrescentou que o governo vai colocar o "brasileiro" no orçamento, sem descuidar da responsabilidade fiscal. "Nosso papel, sem descuidar da responsabilidade fiscal, da qualidade dos gastos públicos, é colocar o brasileiro no orçamento", afirmou.
A ministra agradeceu a Lula pela nomeação e disse que estava assumindo um dos ministérios "mais importantes" do governo. "Gratidão a Deus, ao presidente Lula pela confiança absoluta de entregar a mim uma das pastas mais importantes, relevantes do governo, do seu governo, do nosso governo, governo do PT e da frente ampla democrática. Ministério do Planejamento trata do futuro, mas também do presente", disse.
Simone contou que, antes do Natal, recebeu um envelope de Lula, mas que o presidente disse a ela para não abri-lo naquele momento. Ela afirmou que, passado o Natal, abriu o envelope e viu o convite para assumir o Ministério do Planejamento.
A senadora afirmou que disse a Lula ter "divergências econômicas" com os demais integrantes da equipe, como o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Na visão dela, o petista não encara isso como um problema. "Eu disse: 'presidente, nessa pauta , eu, Haddad, Alckmin, Esther, nós temos divergências econômicas'. Lula me ignorou, como se dissesse: 'é isso que eu quero. Sou um presidente democrata. Quero diferentes para somar, pois assim que se constrói uma sociedade democrática'", declarou Simone.
A ministra disse ainda que a secretaria de monitoramento e avaliação de políticas públicas fará parte da pasta que chefia. A ideia é trabalhar em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU) avaliando o custo-benefício das políticas públicas para evitar desperdício de dinheiro. "Pior do que gastar dinheiro é gastar mal", afirmou.
Ela também fez críticas à gestão anterior, do presidente Jair Bolsonaro. "Em retirada, o capitão e sua tropa deixaram para trás sementes de destruição. Com o presidente Lula e a frente ampla, vamos avançar. Plantar boas sementes porque o brasil sempre foi terra fértil", disse.
Tebet ficou em terceiro lugar na eleição presidencial, com 4,2% dos votos válidos no primeiro turno. No segundo turno, declarou apoio a Lula – movimento que foi visto como fundamental para o êxito da chapa. Ainda durante a campanha, o apoio gerou expectativa de que a parlamentar seria ministra de Lula.
A senadora, que está no final do mandato, participou da equipe de transição na área de desenvolvimento social e foi cotada para assumir o mesmo ministério – que, no fim, ficou com o senador eleito Wellington Dias (PT-PI).
O que fará o Ministério do Planejamento
Entre as atribuições do ministério, estão:
- elaboração de subsídios para o planejamento e a formulação de políticas públicas de longo prazo destinadas ao desenvolvimento nacional;
- avaliação dos impactos socioeconômicos das políticas e dos programas do governo federal e elaboração de estudos especiais para a reformulação dessas políticas;
- elaboração de estudos e pesquisas para acompanhamento da conjuntura socioeconômica e gestão dos sistemas cartográficos e estatísticos nacionais;
- elaboração, acompanhamento e avaliação do plano plurianual (PPA) e dos orçamentos anuais;
- viabilização de novas fontes de recursos para os planos de governo;
- formulação de diretrizes, acompanhamento e avaliação de financiamentos externos de projetos públicos com organismos multilaterais e agências governamentais.
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