G1/Brasília em 01 de Janeiro de 2023
Reprodução/G1
Em discurso de posse, Lula critica onda de extremismo autoritário e faz defesa à liberdade de expressão
Em discurso, o petista disse que a mensagem que quer passar ao Brasil é de "esperança e reconstrução", e que a democracia foi a "grande vitoriosa" das eleições de outubro de 2022. “Hoje, nossa mensagem ao Brasil é de esperança e reconstrução. O grande edifício de direitos, de soberania e de desenvolvimento que essa nação levantou a partir de 1988, vinha sendo sistematicamente demolido nos anos recentes. É para reerguer esse edifício de direitos e valores nacionais que vamos dirigir todos os nossos esforços”, disse Lula.
"Foi a democracia a grande vitoriosa nesta eleição, superando a maior mobilização de recursos públicos e privados que já se viu. As mais violentas ameaças à liberdade do povo. A mais abjeta campanha de mentiras e de ódio tramada para manipular e constranger o eleitorado brasileiro", completou o petista. Lula defendeu ainda "democracia para sempre".
"Sob os ventos da redemocratização, dizíamos 'ditadura nunca mais'. Hoje, depois do terrível desafio que superamos, devemos dizer 'democracia para sempre'", afirmou. O presidente empossado afirmou também que os direitos da população, o fortalecimento da democracia e a retomada da soberania nacional serão "os pilares" de seu terceiro governo.
Sem citar Jair Bolsonaro, Lula fez críticas ao agora ex-presidente. Afirmou que os recursos públicos foram "desvirtuados" durante o governo que chegou ao fim e que o adversário pregava a liberdade "de oprimir o vulnerável, massacrar o oponente, e impor a lei do mais forte acima das leis da civilização". Mais uma vez sem citar Bolsonaro, o petista disse que não haverá “revanche”. Entretanto, afirmou que "quem errou responderá por seus erros".
"Não carregamos nenhum ânimo de revanche contra os que tentaram subjugar a nação a seus desígnios pessoais e ideológicos, mas vamos garantir o primado da ele. Quem errou responderá por seus erros com direito a ampla defesa, dentro do devido processo legal", disse Lula.
O petista criticou também a disseminação de fake news, o uso da máquina pública com finalidade eleitoral, e desmontes nas áreas da saúde, educação, ciência e meio ambiente. Lula afirmou ainda que a diminuição da desigualdade e o combate à fome serão foco do governo
Ações sociais
Ao longo do discurso, Lula relembrou promessas feitas durante a campanha e anunciou outros compromissos. A lista inclui:
- definir, em conjunto com os governadores, uma lista de obras prioritárias a serem retomadas;
- retomar o Minha Casa, Minha Vida; o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC); impulsionar as pequenas e médias empresas;
- retomar a política de valorização permanente do salário mínimo; acabar com a fila do INSS;
- dialogar com governo e sindicatos para aprovar uma "nova legislação trabalhista" que una liberdade de empreender e proteção social;
- iniciar a transição da matriz energética do país para modelos sustentáveis; alcançar o desmatamento zero na Amazônia e a emissão zero de gases de efeito estufa;
- estimular o reaproveitamento de pastagens degradadas;
- revogar as "injustiças cometidas contra os povos indígenas"; apurar responsabilidades e punir desvios de conduta no enfrentamento à pandemia de Covid.
Terceiro mandato
Esta é a terceira vez que Lula assume a Presidência da República. Ele volta ao Palácio do Planalto 12 anos após ter deixado o poder. O petista, que governou o país de 2003 a 2010, foi eleito para um novo mandato no último mês de outubro. Ele derrotou Jair Bolsonaro (PL), que tentava a reeleição.Antes da sessão no Congresso, Lula e Alckmin participaram de cortejo, em carro aberto, na Esplanada dos Ministérios, saindo da Catedral Metropolitana de Brasília com destino ao Congresso Nacional.
Após a posse, no Palácio do Planalto, o presidente eleito receberá a faixa presidencial e fazer um pronunciamento.
Lula participará ainda neste domingo de uma recepção com chefes de Estado e representantes de vários países no Palácio do Itamaraty.
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