Campo Grande News em 27 de Dezembro de 2022
Henrique Kawaminami/Campo Grande News
Professor contando os momentos de terror que viveu nas mãos dos criminosos
Na manhã desta terça-feira (27), a vítima recebeu a reportagem em casa e contou os momentos de terror que viveu nas mãos dos criminosos. Segundo ele, em alguns momentos pensou que iria morrer e era agredido com tapas no rosto.
Tudo começou quando o professor ficou sem energia, do nada, por volta das 19h. “Desligaram o padrão, saí aqui fora para ligar e eles me pegaram. Colocaram a faca no meu queixo e o revólver no meu ouvido. Fui levado para dentro da casa e me trancaram no banheiro. Arrebentaram tudo o que eu tenho”, afirmou.
Segundo a vítima, no momento em que os bandidos entraram na casa, ele estava sozinho, porque a esposa havia ido visitar o filho na cidade. “Ainda bem. Se ela tivesse aqui, ia ficar apavorada. No começo eu tentei falar com eles , mas me pediram para ficar quieto. Levei tapa pra ficar de cabeça baixa. Percebi que se ficasse quieto, conseguiria viver”, contou.
Após entrarem na casa e revirarem tudo, os bandidos amarraram o idoso, o colocaram na Fiat Toro e passaram a andar por várias ruas da cidade. “Depois me deixaram na Gameleira. Fiquei amarrado lá esse tempo todo. Enquanto eles negociavam com um terceiro, provavelmente a venda do carro. Foi nessa negociação que eu achava que ia morrer. Um falava assim: ‘apaga ele’ enquanto que o outro comparsa dizia: 'não. Ele colaborou com a gente'”.
O professor relatou que no momento do cárcere apenas pensava nos filhos e conseguiu ter calma e paciência para não se desesperar. “Pediram para eu caminhar até um trilho, sem olhar para trás. Fui caminhando e me desamarrando. Consegui chegar num posto de gasolina e pedir socorro. Eles ligaram para a polícia”, contou. Além do veículo, os bandidos levaram notebooks, celulares e R$ 150.
O professor acredita que já estava sendo vigiado pelos bandidos, pois na região há 110 chácaras. “Essa foi a primeira vez que aconteceu isso, com ameaça de morte. Infelizmente foi comigo. Os vizinhos estão sendo solidários”.
Apesar do fato ocorrido ontem, a vítima disse que não pretende sair da propriedade. “Vou continuar aqui, do mesmo jeito, trabalhando, porque o que eles tinham que levar, já levaram. Eles queriam a Fiat Toro e esperaram escurecer para fazer a abordagem. Eles falaram que esse era o serviço deles. O meu foi dar aula durante 35 anos", destacou.
Segundo o relato da vítima à polícia, o bandido que conduziu o carro era alto, moreno, com olhos grandes e sotaque nordestino. Ele usava blusa preta, calça jeans, tênis e luvas descartáveis. O outro aparentava ser mais novo, era baixo, magro e moreno. Até o fechamento deste texto, os bandidos não haviam sido localizados, nem o carro encontrado.
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