Leonardo Cabral em 29 de Outubro de 2022
Foto enviada ao Diário Corumbaense
Neste sábado, fronteira completa oito dias fechada
“O Governo continua a subestimar o sacrifício de uma população que reclama um direito. Quiseram calar a voz de um conselho, a voz de um milhão e meio de pessoas, que pediram uma data e não tivemos resposta”, disse Rómulo. “O Governo se fez de surdo. Ele nos mostrou que não tem vontade de dar uma solução”, completou Calvo.
“A greve continua, temos que nos fazer ouvir”, afirmou Calvo, e indicou que o objetivo é oferecer uma solução que beneficie todos os bolivianos e que garanta o Censo Demográfico no ano que vem.
Em Cochabamba, a ministra da presidência, María Nela Prada, atacou o governador de Santa Cruz de la Sierra, Luis Fernando Camacho, por sua ausência no encontro de ontem. "Lamentamos que este espaço não tenha vindo com poder de decisão para dar segurança ao nosso país", disse Prada.
Propostas
Segundo Prada, as conclusões alcançadas foram: que o censo é técnico; que seja inclusivo e participativo; que a data será determinada tecnicamente - porém, no final referiu-se a duas opções: que seja em abril de 2024 e que os recursos econômicos sejam distribuídos em outubro do mesmo ano, ou que a data permaneça aberta para uma comissão técnica definir -, que sejam incluídos novos indicadores para a distribuição de recursos econômicos e que não permitirão "qualquer tipo de ameaça ou tentativa de desestabilizar as autoridades eleitas".
Fronteira com Corumbá
A fronteira da Bolívia com Corumbá continua fechada para o tráfego de veículos. A linha internacional entre os dois países está fechada desde sábado (22) e só é permitido o tráfego a pé ou de ambulâncias. Também há pontos de bloqueio em trechos da estrada Bioceânica, até Santa Cruz, distante 650 km da fronteira com o município corumbaense.
Na linha internacional há montes de terras, pedaços de paus, cavaletes e bandeiras da Bolívia e Santa Cruz de la Sierra, estiradas na via, impedindo o tráfego entre os dois países. Para cruzar a fronteira, alguns bolivianos e brasileiros percorrem as estradas vicinais, conhecidas como “cabriteiras’, que dão acesso aos dois territórios.
Os reflexos do protesto é sentido no comércio de Corumbá, que viu as vendas caírem, já que os bolivianos “invadiam” as lojas para compras de atacado e varejo. O mesmo ocorre com os supermercados da cidade.
Muitos corumbaenses também atravessam a fronteira para abastecer os veículos, já que a gasolina do outro lado é bem mais em conta. “Toda semana atravesso a fronteira para abastecer, querendo ou não é uma economia que faço, pois a gasolina, mesmo sofrendo uma queda do nosso lado, ainda sim, segue cara. Por isso, vou até a Bolívia e abasteço o meu tanque e completo com álcool aqui em Corumbá. Com esse protesto, tive que economizar bem nessa primeira semana de fechamento da fronteira”, contou ao Diário Corumbaense um condutor que não quis se identificar.
Com informações do jornal El Deber.
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