G1 em 23 de Julho de 2022
No Brasil, o Ministério da Saúde contabilizou, até o último dia 21, 592 casos confirmados da doença. O país está no ranking dos 10 países com maior número de casos. Após o anúncio da OMS, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse que vai se reunir com técnicos neste sábado para debater o assunto.
"Decidi declarar uma emergência de saúde pública de alcance internacional", disse Tedros em entrevista coletiva, afirmando que o risco no mundo é relativamente moderado, exceto na Europa, onde ele é alto. Tedros informou ainda que, com as ferramentas disponíveis, será possível controlar o surto e parar a transmissão.
Apesar da falta de consenso entre os membros do comitê de emergência da OMS, Tedros tomou a decisão de emitir a declaração - foi a primeira vez que o chefe da agência de saúde da ONU deu tal passo.
Há um mês, havia 3.040 casos relatados em 47 países. Desde então, o surto continuou a crescer, e agora há mais de 16 mil casos relatados de 75 países e territórios, além de cinco mortes, disse o diretor-geral em seu discurso.
A decisão deste sábado pode levar a um maior investimento no tratamento da doença e avançar na luta por vacinas, que estão em falta. Segundo o diretor-geral da OMS, somente metade dos países com casos registrados de varíola dos macacos tem acesso garantido às vacinas.
Já o diretor de emergências da OMS, Mike Ryan, diz que ser vacinado não dá proteção instantânea contra a doença.
Em suma, segundo Tedros, há um surto que se espalhou rapidamente pelo mundo, através de novos modos de transmissão, sobre os quais entende-se muito pouco e que atendem aos critérios do Regulamento Sanitário Internacional.
Sintomas
Os sintomas iniciais da varíola dos macacos costumam ser: febre; dor de cabeça; dores musculares; dor nas costas; gânglios (linfonodos) inchados; calafrios e exaustão.
Dentro de 1 a 3 dias (às vezes mais) após o aparecimento da febre, o paciente desenvolve uma erupção cutânea, geralmente começando no rosto e se espalhando para outras partes do corpo.
As lesões passam por cinco estágios antes de cair, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC) dos Estados Unidos. A doença geralmente dura de 2 a 4 semanas.
Como se proteger
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reforçou a adoção dessas medidas, frisando que elas também servem para proteger contra a Covid-19.
"Tais medidas não farmacológicas, como o distanciamento físico sempre que possível, o uso de máscaras de proteção e a higienização frequente das mãos, têm o condão de proteger o indivíduo e a coletividade não apenas contra a covid-19, mas também contra outras doenças", disse a agência.
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