Leonardo Cabral em 09 de Julho de 2021
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense Mais de cem fuzileiros navais foram para o Rabicho, área de adestramento, para a capacitação
O Diário Corumbaense acompanhou o treinamento dos militares, na tarde da quarta-feira, 07 de julho. Durante o trajeto, entre o quartel do 6° Distrito Naval, em Ladário, e o Rabicho, era possível observar densa camada de fumaça. Morrarias, no entorno, estavam encobertas.
Para o combate ao fogo os militares - supervisionados por cinco brigadistas do Prevfogo - recebem orientações relacionadas a técnicas como a verificação da posição do vento, para conter o avanço das chamas e o uso de equipamentos indispensáveis na atuação como abafadores; assopradores; bomba costal; roçadeiras; enxadas, foices e rastilhos. Durante a ação, os fuzileiros sentiram de perto o difícil papel desempenhado pelos brigadistas e bombeiros militares no combate a incêndios no Pantanal.
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense Márcio Ferreira Yule, coordenador estadual do Prevfogo, em Mato Grosso do Sul
“O contingente em Corumbá é de 30 pessoas e somado a esses 100 militares que estão sendo capacitados no mesmo curso de formação das nossas brigadas, vamos ter um contingente, uma força muito maior, para estarmos realizando o combate desses incêndios na área da União, essa área de 20 mil hectares, dentro do Pantanal, que precisa ser protegida, além de ser unidade militar. Estaremos preparados com a parceria. Estamos assinando acordo de cooperação técnica com a Marinha, para realizar, em anos seguintes, ações de prevenção e combate a incêndio florestal”, falou Yule.
Além disso, com a preparação dos militares, que já saem aptos a atuar na linha de frente de combate aos focos de incêndios, “a Marinha vai disponibilizar equipamentos também que a gente utiliza e vamos estar preparados tanto aqui, como em áreas de interesse ambiental”, mencionou o coordenador do Prevfogo se referindo também às técnicas utilizadas junto ao treinamento dos militares.
“Diferentes métodos de abertura de linha de defesa, manuseio dessas ferramentas, principalmente o trabalho próximo à linha do fogo, mostrando a dificuldade que é, pois trabalhar coordenado com todo esse período de instrução, que enfatizamos a segurança dessa operação de combate, a gente vai ter um pessoal preparado e equipado a estar realizando o combate em áreas prioritárias”, completou.
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense É a segunda vez que capitão-tenente Ibrahim participa desse tipo de treinamento
“Uma preparação que exige bastante esforço físico. Dependendo das condições meteorológicas, o desgaste é muito maior, então, como você acaba tendo que lidar com a questão psicológica e física, exige um preparo a mais. Quando o fogo cresce, exige mais do esforço físico, e, além do controle mental, para ter tranquilidade, onde você pode preservar o principal: que é a vida. Eu participei de um estágio de preparação ano passado. Fui a campo e logo em seguida participei do Comando Conjunto do Planejamento Pantanal. Ano passado por ser um estágio, foi um curso mais dinâmico, para que a gente pudesse entrar em campo, esse ano, foi bem mais completo, focando mais a prevenção, antecipando a nossa preparação. O curso veio estruturado, organizado de forma que a gente pudesse aproveitar mais a estrutura do curso oferecido”, disse Frank.
Preparação simula ação na linha de frente contra o fogo
Também de Corumbá, o 2° tenente auxiliar Fuzileiro Naval Adriano da Silva Valentim, participa pela primeira vez de um treinamento de combate a incêndios florestais. Ele destacou a dinâmica da metodologia e também lembrou os últimos dois anos, quando o Pantanal foi alvo de intensas queimadas.
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense Militares saem aptos a atuar na linha de frente de combate aos focos de incêndios
Pela primeira vez na região, o 3° sargento Fuzileiro Naval, Bruno Monteiro da Silva, que é do Belém do Pará, destacou o clima seco, como um dos “inimigos”, durante o combate aos focos de queimadas, se mostrando com muito esforço, estar apto para ir a campo.
“Na floresta amazônica o clima é diferente do Cerrado, por ser uma parte bem úmida da Amazônia. Aqui, o que dificulta é o clima seco, respiração pesada, e quando você está na sala de aula a princípio pensa que dá para combater o foco, mas quando chega no terreno e vê esse fogo, enfrenta os obstáculos, como fumaça, as chamas se espelhando rapidamente, percebe-se que o uso adequado dessas técnicas ensinadas aqui, ajudam e muito. Por isso a população tem que conscientizar, mesmo sendo a nossa missão de estar prontos para conter o fogo. Temos que ter consciência, que tenhamos atenção, qualquer fogo de pequeno porte pode ocasionar consequências maiores”, alertou o sargento Bruno.
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense Capitão de fragata Marcelo Andrade Garcia, comandante do 3º Batalhão de Operações Ribeirinhas
“Ao mesmo tempo em que adquirimos o conhecimento, nos preparamos, mesmo porque, já estamos com focos de incêndios ocorrendo, não podemos esperar. O mais importante que esse contingente conta com capitães, sargentos, entre outros, que serão multiplicadores dessas informações, repassarão essas técnicas, para que possamos somarmos ainda mais no combate aos focos”, disse o comandante.
“Procuramos o Ibama/Prevfogo, pela experiência que tem, solicitando capacitação mais técnica, prolongada, de maneira que estaremos muito melhor preparados do que no ano passado, para poder combater incêndios florestais. Tivemos conhecimento de equipamentos específicos, de técnicas mais eficazes, às vezes muito simples, utilizando equipamentos rudimentares, mas que sabendo utilizar vai dar muito mais eficiência”, concluiu o comandante Garcia.
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