Mais de 250 caminhões estão parados na Bioceânica à espera do fim do bloqueio interno na Bolívia

Mais de 250 caminhões, que estão seguindo viagem em direção à fronteira entre Bolívia e Corumbá, alguns com cargas, outros para serem carregados, estão parados no ponto de bloqueio, que ocorre na estrada Bioceânica, na manhã deste sábado, 11 de julho. 

O mobilização, que acontece há quatro dias, é realizada para chamar a atenção dos governos nacional, departamental e municipal, sobre a situação precária da saúde local, mais precisamente do hospital San Juan de Dios, em Puerto Suárez, o único que atende toda a região.

Apesar da infraestrutura física, a unidade de saúde está vazia, sem condições clínicas para atender pacientes da pandemia de covid-19 e o hospital mais próximo fica a mais de 600 quilômetros de distância, em Santa Cruz de La Sierra.

Ao Diário Corumbaense, o presidente do Comitê Cívico de Puerto Suárez, Humberto Miglino Rau, disse que uma reunião, com o vice-ministro da Bolívia, aconteceu na noite de ontem (10) e que aguarda outro encontro na noite deste sábado.

“Mesmo com o contato nacional do setor de Saúde, ainda não temos nenhuma posição. Por isso, mantemos o bloqueio por tempo indeterminado. De ontem para hoje, o vice-ministro de Saúde pediu 24h para revisar o que pode ser feito em relação às reivindicações. Hoje à noite teremos outra reunião e dependendo da proposta, que possa convencer o nosso povo, será decidido se o bloqueio segue ou não. Estamos lutando pela vida”, disse Humberto.

Com a crítica situação do sistema de saúde do lado boliviano, muitos doentes acabam entrando em território brasileiro, por trilhas clandestinas, para buscar atendimento em clínicas particulares e na Santa Casa de Corumbá.

O hospital San Juan de Dios é classificado pela Serviço Departamental de Saúde (Sedes) como segundo nível. Em cinco anos, não foi realizada nenhuma movimentação para equipá-lo.

Puerto Suárez tem 25.000 habitantes e o hospital San Juan de Dios é um dos pontos de referência na província de German Busch. Atende pacientes de outras cidades como Puerto Quijarro, Roboré e Carmen Rivero Tórrez.

Já em Corumbá, alguns caminhões, boa parte com motoristas bolivianos, estão parados nos estacionamentos das transportadoras e também em garagens, aguardando o desbloqueio da Bioceânica.

Com as fronteiras dos dois países fechadas desde março por causa da pandemia, apenas o tráfego de cargas é permitido.