Da Redação em 25 de Abril de 2018
Local errado
Do que adianta colocar quatro mil soldados do Exército Brasileiro no Rio de Janeiro para combater o tráfico de drogas se a porta de entrada da cocaína no Brasil está escancarada? Esta é uma pergunta que com certeza nenhum especialista em segurança pública vai responder, até porque já está patenteado que combate ao tráfico no Brasil é só pra servir de notícia na imprensa.
Alvo errado
Enquanto os soldados tentam encontrar os traficantes que vendem as “paradinhas” em terras cariocas, os tubarões nadam de braçada em águas pantaneiras. A Bolívia assumiu a liderança do ranking dos maiores produtores de cocaína do mundo e continua mandando uma quantidade volumosa da droga para várias regiões do país, entre elas, o sudeste, onde está o Rio de Janeiro.
Do outro lado
Na fronteira com o Paraguai, além de cocaína também entram a maconha e o contrabando. Lá, como aqui, não tem soldados, não tem combate, não tem eficácia no trabalho que deveria ser fortalecido para impedir a entrada da droga no Brasil e não a venda para dependentes nas praias cariocas.
Enquanto isso
Dezenas de pessoas que participavam de um baile no Rio de Janeiro, que a polícia afirma que estava sendo feito por uma milícia, permanecem presos. Tem gente ali, que segundo familiares, trabalha, tem carteira assinada e não deve nada à polícia e à justiça.
Como se fosse novidade
Bailes com seguranças armados de fuzis são feitos aos montes no Rio, em São Paulo e no Brasil inteiro. Aquela história do ministro Raul Jungmmann de que “vão ter que explicar o que estavam fazendo lá”, demonstra que o governo não sabe muito bem como funciona o país.
Além do que
Muitos desses fuzis e pistolas saíram das polícias, das Forças Armadas ou entraram pelas fronteiras desguarnecidas. Tem até bala comprada pela polícia e vendida por policial para bandido fazendo vítimas, e entre elas, os próprios policiais.
Seriedade
Enquanto a Segurança Pública não for tratada com seriedade, a violência só vai aumentar. E o mais interessante é que não tem segredo, não tem chave secreta, não tem nada mirabolante a ser feito. É só guarnecer as fronteiras, só isso, nada mais.
Detalhe
Pra fazer isso não é preciso boa vontade, nem estratégias militar ou política. Para fazer isso, é preciso ter comprometimento, mas comprometimento com o cidadão de bem, com o povo brasileiro sofrido e enquadrado em uma lei que só protege quem vive à margem da lei.
* Detalhe é uma coluna de opinião do Diário Corumbaense que aborda os mais variados assuntos.