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Base da sociedade

Da Redação em 28 de Junho de 2016

Universo do crime - O futuro de uma parcela da juventude corumbaense parece estar comprometido. Muitos estão cedendo aos apelos imbecis e sucumbindo ao universo do crime. Somente neste mês tivemos dois exemplos da perdição que vivem nossos jovens. Na primeira semana de junho, um jovem de 18 anos foi morto numa cela da Unei Pantanal, onde estava internado cumprindo medida socioeducativa. Ele foi morto por outros dois colegas de cela.

Faculdade criminosa - O que assusta nesse caso, além do fato dele ter sido morto por outros dois colegas de cela, é que o jovem se vangloriava da vida nada recomendável que levava.  Ele mantinha perfil no Facebook e apontava como instituição de ensino "faculdade criminosa".

Mais barbárie - No final da semana passada, um crime envolvendo duas jovens assustou a todos. O primeiro motivo de perplexidade foi o envolvimento de duas meninas. Depois, conheceu-se a vida pregressa de ambas. As duas já tinham passagens policiais por atos infracionais. Por fim, a acusada se apresentou à Polícia praticamente dois dias depois do ato infracional – ela é menor e menor não pratica crime e sim o ato infracional. Mas, antes de se apresentar, para ficar livre, se vangloriava – nas redes sociais – das facadas que deu na vítima fatal e também no Facebook informava: “trabalhou como mulher da malandragem na empresa faculdade do crime”.

E a família? - Conversando informalmente com advogados, policiais e vizinhos de pessoas que desde a adolescência estão no crime, é estarrecedor o que essas pessoas contam sobre as famílias desses infratores, principalmente sobre a autoridade dos pais. É horrível saber que mães e pais estão sendo coniventes com as atitudes absurdas dos filhos. É mãe que pega dinheiro de moto roubada, que esconde objetos roubados pelo filho; é filho viciado que furta a vizinhança inteira e o pai ameaça policiais; é avó que acha que o neto assassino é apenas um “estudante”.

Sem autoridade - A autoridade maior que uma pessoa pode ter não é o prefeito, o presidente, o policial, o juiz ou o professor, são o pai e a mãe. Se não tem pai e mãe, uma avó que faz papel de pai e mãe. Mas, se essas autoridades que estão caminhando com esses jovens – ou pelo menos deveriam – agem de maneira contrária às leis, achando ruim a punição do filho infrator e escondendo crimes cometidos por eles, a quem esses adolescentes vão obedecer? Se a obediência não for ensinada dentro de casa, não espere que esses jovens entendam o significado de uma autoridade fora dela.

Base da sociedade - A sociedade está doente porque sua base está danificada e esta base se chama família. Filhos de pais comprometidos com o bem, com a educação dos filhos, com punição dentro de casa quando for necessário para educá-los, não lançam na sociedade marginais que trabalham “na faculdade do crime”, como se orgulham de escrever esses adolescentes no Facebook.

Poder público - É claro que quando a família falta, o Poder Público está aí não para substituir o que não pode ser substituído, mas para instruir, oferecer oportunidades, direcionamento e punir com rigor aqueles que insistem em viver ao contrário do que rege as leis. Mas não se pode jogar nas costas do Estado uma obrigação que não é dele. Educação para a vida vem de casa. Resta ao Poder Público contar com a ajuda das igrejas, entidades filantrópicas e organizações não-governamentais para tentar amenizar a situação deprimente em que se encontram os jovens no meio de famílias desestruturadas e sem condições de direcioná-los para o caminho do bem.