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Os Bastidores do PD fora do PT

Da Redação em 10 de Março de 2016

Era uma vez o PT

O prefeito Paulo Duarte deixou o Partido dos Trabalhadores (PT). O anúncio oficial foi feito em sua página no Facebook. Lá, ele publicou a carta de desfiliação que encaminhou à direção do PT. Nessa carta, justificou a saída dizendo que precisa “ampliar a sua rede estadual e nacional de interlocutores para avançar na conquista de mais projetos e investimentos” e pelo desejo de “refundar o sentido da política”. Também argumentou que atualmente não representa “apenas um partido, mas uma cidade”.


Fraternal e amável

 

Na carta, Duarte foi bastante fraternal. Disse que os “ideais de justiça, igualdade e liberdade, compartilhados com amigos, companheiros e militantes, serão levados para toda a minha vida” e agradeceu “de todo o coração, por tudo o que aprendi e por todos esses anos de luta, ombro a ombro”. Postura de quem não quer fechar portas – vai que um dia ele volta para o PT – ou de quem não quer perder o apoio de um partido que, reconhecidamente, tem na militância a sua maior força.


Perguntas no ar

 

A saída amistosa, pelo menos como a carta nos faz acreditar que foi, deixou algumas perguntas no ar. Aí vai a primeira delas: o prefeito vai manter com o PT todos os cargos que o partido tem na administração municipal? Outra: seja para qual partido for, o prefeito vai se aliar ao PT para disputar a reeleição em outubro? Mais uma: o prefeito vai oferecer o cargo de vice para o PT na chapa majoritária? Ainda cabem outros questionamentos, mas vamos esperar que sejam respondidas rapidamente pelo chefe do Executivo Municipal, agora sem partido.


Nova legenda vai aceitar?

 

Fica a dúvida ainda com relação ao novo partido do prefeito. Não sobre qual sigla vai acolhê-lo, mas se essa nova legenda vai aceitar que o PT mantenha todos os cargos que hoje tem na administração municipal. Se a nova "casa" for o PDT é provável que aceite, afinal o partido é de sua base aliada e aprova tudo que é de interesse do prefeito na Câmara.


Bastidores do PD fora do PT

 

A carta de desfiliação até pode ter sido amável e fraternal, mas os bastidores mostram que a decisão de sair do PT não foi tão tranquila assim. Na verdade, o clima foi tenso para os lados do chefe do Executivo Municipal. Antes de sentenciar a saída, disse em reunião com assessores e membros do PT que tinha de sair do Partido dos Trabalhadores para salvar o "projeto" porque todas as pesquisas mostravam que ele perderia a reeleição disputando pelo PT.


Rejeição é ao PT e não ao PD

 

Fonte desta coluna disse que em outras palavras, Duarte argumentou que a rejeição ao seu governo, apontada por pesquisas de opinião, não era dele, mas sim do PT, refutando todas as pesquisas pré-eleitorais que o colocavam fora da Prefeitura em 2017. Atribuiu essa rejeição ao PT por conta dos escândalos nacionais e não ao desempenho de sua gestão. Afirmava categoricamente que para vencer e conquistar mais quatro anos de mandato precisava sair do PT. E saiu.


Avaliação nada boa

 

A preocupação do prefeito corumbaense se justifica. Pesquisa da Federação das Indústrias do Estado Mato Grosso do Sul (Fiems), realizada pelo Instituto de Pesquisas de Mato Grosso do Sul (Ipems), divulgada na semana passada, mais precisamente no dia 04 de março, mostra que a avaliação da administração Paulo Duarte, pelos eleitores corumbaenses, não é nada boa para ele.


Gestão tem 46,14% de reprovação

 

A pesquisa Fiems/Ipems mostrou que em Corumbá o prefeito Paulo Duarte tem reprovação de 46,14% da população. Outros 28,19% consideram sua administração regular e 25,67% aprovam a gestão do agora ex-petista à frente da Prefeitura da maior cidade do Pantanal sul-mato-grossense. Se esses números serão revertidos ou não, o tempo dirá.


Dilma reprovada e Azambuja regular

 

Ainda de acordo com a pesquisa Fiems/Ipems, o governo da presidente Dilma Rousseff tem reprovação que chega a 70,15% em Corumbá. O índice de quem considera regular é de 20,79% e o de aprovação é de 9,06%. Ainda em Corumbá a gestão do governador Reinaldo Azambuja é regular para 47,33% dos entrevistados; 39,48% aprovam e 13,2% reprovam.


Em outras três cidades

 

A pesquisa Fiems/Ipems também avaliou as administrações dos prefeitos de Campo Grande, Dourados e Três Lagoas. Na Capital, 41,7% da população reprova o governo de Alcides Bernal, 31,28% considera regular e 27,02% aprova. Na cidade de Dourados, o prefeito Murilo Zauith tem reprovação de 51,95% dos entrevistados, 30,59% consideram regular e 17,47% aprovam, enquanto em Três Lagoas, a prefeita Márcia Moura tem reprovação de 77,51% da população, 14,03% considera regular e 8,45% aprova.


Intervalo de confiança de 95%

Realizada de 20 a 25 de fevereiro deste ano nas cidades de Campo Grande, Corumbá, Dourados e Três Lagoas, a pesquisa Fiems/Ipems ouviu 1.600 eleitores com idade a partir de 16 anos. O modelo de amostragens utilizado foi o de múltiplos estágios, com a combinação de técnicas de amostragem não-probabilística e técnicas de amostragem probabilística, sendo que o intervalo de confiança estimado é de 95% e a margem de erro máxima estimada é de 2,45 pontos percentuais para mais ou para menos.

 

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