Leonardo Cabral em 22 de Julho de 2024
Diário Corumbaense
Fumaça fez ruas quase "desaparecerem" no começo da manhã desta segunda-feira
Quem precisou levantar logo nas primeiras horas do dia, se deparou com a fumaça que “engolia” as ruas da cidade. Uma dessas cenas, foi na principal rua do bairro Padre Ernesto Sassida, que desapareceu em meio a fumaça.
De acordo com o boletim da Operação Pantanal, as ações se direcionaram a sete focos de incêndio ativos. Todos foram detectados por meio de monitoramento por satélites. Na região do Rabicho, próxima ao rio Paraguai, foram feitos aceiros em uma fazenda e combates em solo aos focos na área de adestramento da Marinha do Brasil.
Uma linha de fogo que se estende por aproximadamente quatro km está se deslocando em direção ao Porto da Manga, margeando o rio Paraguai e a Estrada Parque (MS-228). Os bombeiros fazem intervenção para acompanhamento e ações de combate.
Na região do Paiaguás, continua o combate aos focos ativos. As áreas afetadas estão sob vigilância constante, além de patrulhas terrestres frequentes. Este monitoramento contínuo permite uma resposta rápida a qualquer sinal de incêndio, garantindo que os focos sejam suprimidos antes de se tornarem incontroláveis.
A equipe atuante na região do Maracangalha, no sábado (20), fez uma ação de reconhecimento e possível combate nos pontos de calor detectados. Entretanto, devido a dificuldade de acesso por via terrestre, o mapeamento dos focos foi feito com o auxílio de drone. A equipe definiu uma estratégia de acesso e fez o combate no domingo (21). Todo o território se manterá em monitoramento e nos próximos dias a equipe voltará ao foco de calor na área alagada para verificação de situação.
Álvaro Rezende/Governo do Estado Equipes que compõe a Operação Pantanal seguem trabalhando no combate aos incêndios
Os focos de calor detectados chegam a 3.099 de janeiro até 16 de julho, segundo dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Aumento de 38,7% em relação ao mesmo período de 2020, quando foram 2.235 registros.
O Pantanal de Mato Grosso do Sul tem 9 milhões de hectares, correspondendo a 65% do total da região pantaneira que ainda se estende ao Mato Grosso, Paraguai e à Bolívia. O bioma passa pela pior estiagem dos últimos 70 anos.
Área urbana
Além do combate aos incêndios florestais, o Corpo de Bombeiros Militar registrou no domingo (21), 11 ocorrências, sendo oito somente fogo em vegetação na área urbana, boa parte em terrenos baldios, em diferentes pontos de Corumbá.
Também há uma área em morraria, no final da rua Dom Pedro II, sentido Jatobazinho, no qual o fogo está se alastrando.
Provocar incêndio em mata ou floresta pode gerar prisão em flagrante. A pessoa poderá sair sob fiança para responder ao processo em liberdade. A pena prevista é de dois a quatro anos de reclusão. Além disso, o infrator pode ser autuado administrativamente e multado entre 1.000,00 por hectare ou fração em área agropastoril, ou vegetação não protegida por lei, e de até R$ 7.000,00 por hectare em vegetação protegida.
Tanto no perímetro rural como urbano, o infrator também poderá responder por crime de poluição, com pena prevista de um a quatro anos de reclusão, bem como ser autuado administrativamente e receber multa de R$ 5.000,00 a R$ 50.000.000,00. Em todos os casos, os infratores poderão sofrer ação civil para reparação dos danos ambientais.
A população, ao verificar a pessoa realizando essa prática, pode denunciar através do 190 (PM), 193 (Corpo de Bombeiros) ou à Polícia Militar Ambiental: (67) 99926-4232 e (67) 99932-2838.
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