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Bola fora: correntes do retrocesso ainda atuam em Corumbá

Da Redação em 06 de Outubro de 2017

Já sem a realização do Campeonato Amador – a Série B do futebol da cidade, agora Corumbá deve mesmo ficar sem os jogos do futebol profissional e os torcedores terão que viajar para assistir a participação do Corumbaense Futebol Clube nas competições nacionais, em outras cidades. Parece que as tais “correntes” de retrocesso do município ainda estão atuando e fazendo com que a Cidade Branca perca as coisas que o povo pantaneiro mais ama e tem como sua de fato e de direito. 

Algumas pessoas que querem impor sua ideologia e mudar a natureza cultural de Corumbá permanecem ingerindo e destruindo os sonhos mais especiais da gente desta terra que não merece esse tipo de coisa. Comemorar um título do Carijó da Avenida era apenas um degrau a ser galgado, de um sonho que começou a se tornar realidade depois de 2006. Teve uma parada, uma brecada, e retornou forte em 2017 quando o time alvinegro, do coração dos rubro-negros, tricolores e de todas as bandeiras levantou sua segunda e suada taça de Campeão Estadual de Futebol Profissional do Estado de Mato Grosso do Sul. 

Enquanto o Corumbaense lutava para conquistar o título, a cada vitória, a cada passo dado, os torcedores já se viam vibrando com o time na Copa do Brasil, no Campeonato Brasileiro da Série D. E fizeram por merecer com as maiores rendas, os maiores públicos, a maior animação do Campeonato Estadual. Um povão instigado e orgulhoso de ver o seu time e se ver fazendo parte da construção desta vitória. Eram milhares, homens, mulheres, crianças, todos eram Galo Guerreiro.

Agora, tudo se lança ao chão, ao ego de pessoas que não se preocupam com o coletivo, com o bem comum e com a alegria das massas. Infelizmente ainda existem em Corumbá pessoas assim, que acreditam que destruindo irão construir alguma coisa. Ledo engano, só se constrói algo sólido e duradouro, de bom proveito e de gosto popular, quando se faz a vontade da maioria, quando se conquista através do alicerce firme e bem fincado, o reconhecimento popular. 

As pessoas têm que entender que Corumbá é assim, de uma gente que gosta de comer o espetinho na ponta de esquina, de comprar na feirinha, de sambar na avenida e de torcer no estádio. Corumbá não é das minorias aristocráticas, dos topetudos, não, Corumbá é do povo que ama um bom caldo de piranha e se sente bem de estar à beira do rio Paraguai, que não se importa de ser chamado de “pé no chão”, afinal pé neste chão tão rico e abençoado é coisa para poucos que têm esse privilégio.

E ser assim, não é para quem quer, é para quem faz parte, se integra, é bênção para os que têm o coração puro e a alma limpa. Querem ficar com o Estádio, não quiseram doar para a Prefeitura, então que fiquem. Já não conseguiram fazer o Amador, não têm meios de dar manutenção e não conseguirão depois que o convênio terminar em dezembro e a prefeitura deixar de custear os gastos mensais da praça esportiva. É preciso muito mais do que pura e simplesmente a vontade de ter, para garantir que um Arthur Marinho que já esteve mal das pernas e renasceu das cinzas, continue brilhando.

Querem tirar o Corumbaense das competições nacionais, não, isso não conseguirão. Pode até ser que no ano que vem o Carijó não tenha “teto” e pela ganância de alguns, tenha que usar a casa dos outros para jogar. Mas logo-logo a situação se acerta, e quem sabe aqueles que hoje acreditam estar prejudicando politicamente, porque isso cheira a jogo político, tenham impulsionado a construção de uma nova, moderna e ainda melhor praça de esportes, o que dará os louros da vitória a quem luta pelo que é do povo e não para satisfazer ao seu próprio ego.