Da Redação em 10 de Janeiro de 2017
O 3º Grupamentos de Bombeiros Militar (3º GBM) inicia nesta quarta-feira, 11 de janeiro, o combate direto ao foco de incêndio que atinge a vegetação pantaneira ao norte de Corumbá. A fumaça provocada pelas chamas encobriu grande parte da cidade. A chuva que caiu na tarde desta terça (10) não foi suficiente para extinguir o foco.
Sobrevoo, com apoio da Marinha, permitiu ao Comando do 3º GBM fazer o reconhecimento da área atingida pelo fogo e a extensão dos focos. Pelo menos dez bombeiros militares atuarão na ação de contenção ao incêndio florestal, que teve origem na Bolívia. A guarnição se deslocará numa embarcação própria.
Divulgação/Corpo de Bombeiros
Foco de incêndio que atinge a vegetação pantaneira teve origem na Bolívia; foto foi feita durante sobrevoo
Corumbá está sem brigada de combate a incêndios florestais do Ibama. O trabalho dessa equipe especializada acontece a partir do segundo semestre do ano, entre os meses de julho e dezembro.
De 1º a 09 de janeiro, Corumbá registrou 58 focos de incêndios florestais. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), é a maior incidência de queimadas dos últimos cinco anos para o período. Entre 2013 e 2017, a maior quantidade de registros, para essa época do ano, havia sido 15 focos em 2013. No ano passado, nessa mesma faixa temporal, o município tinha contabilizado 7 focos. Em 2015 e 2014 foram 5 registros.
Grandes extensões de queimadas não são comuns em janeiro. Com o rio baixo, áreas que ficavam alagadas estão secas e podem estar produzindo material combustível suficiente para ocasionar esses grandes focos de incêndios florestais.
Segundo a Divisão de Satélites e Sistemas Ambientais do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CPTEC), o maior município do Pantanal sul-mato-grossense se mantém como a cidade brasileira que mais registrou focos de queimadas no ano.
O monitoramento
Oito satélites são usados pelo INPE para fazer o monitoramento das áreas atingidas pelo fogo. Destes, dois são geoestacionários – ou seja, mantém uma velocidade de órbita em relação à Terra que os permite ficar acima de um ponto continuamente. Os outros seis são satélites orbitais, que ficam mais próximos do planeta.
De acordo com o Portal Brasil, o satélite Aqua, por exemplo, tem uma resolução de 1 km² de visualização por pixel de imagem. Atualmente, a espaçonave funciona como uma espécie de satélite principal. Isso porque a órbita dele é a mais constante entre os satélites usados no monitoramento. Ele faz uma volta na Terra a cada 90 minutos. Acima do País, o Aqua passa às 2h30 e às 14h30 a uma altitude de 830 km.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Fumaça encobriu parte da cidade
Durante a passagem, os satélites vão se comunicando por meio de ondas de rádio – tanto entre si, quanto com antenas em pontos localizados em algumas centenas de bases no solo. Se for um satélite orbital, essa passagem pode demorar até 12 minutos para cruzar o território nacional.
Após a captação, o Inpe junta e processa as cerca de 200 imagens diárias produzidas pelos equipamentos. Dentro desse processo, são descartados faixas com temperatura menor que 60º Celsius.
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