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Conclusão de inquérito fez policiais permanecerem na Bolívia, diz Comando da PM

Caline Galvão em 17 de Julho de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

A Polícia Militar conseguiu prender o contrabandista com ajuda da polícia boliviana

Estão em Corumbá, desde a noite de quinta-feira (16), os policiais militares e as viaturas do 6º Batalhão da PM que permaneceram na Bolívia até conclusão de inquérito que apurou a perseguição policial que teve início no Brasil e terminou em solo boliviano.

O comandante do 6º BPM, tenente-coronel Wilson César Velasques, explicou ao Diário Corumbaense o motivo que levou as viaturas brasileiras e os policiais militares a permanecerem naquele país até à noite. “A polícia boliviana precisa instruir todo o processo para que seja analisado pelo promotor de justiça como acontece também no Brasil. Após o promotor analisar, ele é remetido a um juiz, então, nós conseguimos, através dessa parceria que existe entre a Polícia Militar e a polícia boliviana, que essa fase instrucional e de análise das peças do inquérito fossem realizadas em poucas horas. O processo não foi demorado. No Brasil, um inquérito leva até 30 dias para ser concluído e nós conseguimos que isso fosse feito em questão de horas”, esclareceu Velasques.

Com a ajuda da polícia boliviana, os policiais militares brasileiros conseguiram prender o homem, já conhecido pela Receita Federal por crime de contrabando. Velasques esclareceu que os policiais militares brasileiros não ficaram presos, muito menos detidos. “Na verdade, a polícia boliviana realiza o ciclo completo de polícia. Ela é uma polícia única, não é como no Brasil que tem a Polícia Militar e a Polícia Civil que trata da parte cartorária, então, quando o cidadão foi preso, ele foi preso em conjunto com a polícia boliviana, é necessário dar sequência às demais documentações e nisso precisou também que os policiais militares fossem inquiridos no país vizinho”.

Comandante do 6º BPM afirmou que os policiais não ficaram detidos, mas permaneceram na Bolívia para conclusão de inquérito

Entenda o caso

Na quinta-feira (16), depois de perseguição policial a um contrabandista brasileiro, duas viaturas da Polícia Militar permaneceram na Diprove, sede da Polícia Boliviana de Puerto Quijarro, até que os fatos fossem totalmente esclarecidos. A perseguição ao motorista do Voyage branco aconteceu porque ele não obedeceu à ordem de parada feita pelos agentes da Receita Federal. O condutor do veículo passou a realizar manobras arriscadas em direção a Corumbá, mas não conseguiu o que pretendia, e acabou retornando para a Bolívia, fazendo as viaturas terminarem perseguição em território do país vizinho.

A ocorrência começou por volta das 11 horas e encerrou-se com o regresso dos policiais, por volta das 19h, e do contrabandista, que vai responder no Brasil por todos os crimes que cometeu durante a ação. Segundo Velasques, ele vai responder pelos crimes de contrabando, tentativa de homicídio, porque quase atropelou dois agentes da Receita Federal, e danos, porque durante a fuga, ele colidiu contra vários veículos no Brasil. Na ocorrência, ele estava trazendo roupas para o Brasil sem a documentação fiscal por uma trilha clandestina. O homem está na Delegacia de Polícia Federal.

 

Comentários:

Alex Souza: Lamentável utilizar um incidente diplomático para propagandear o chamado "ciclo completo", que tornaria a polícia militar um instituição mais anômala do que já é. Nos locais onde existe isto, uma só polícia é ostensiva e investigativa (esta última hierarquicamente superior à primeira), porém é composta, EM SUA TOTALIDADE, por civis, e na Bolívia não é diferente. Polícia militar (que só no Brasil não pertence às Forças Armadas e atuam exclusivamente nos quartéis) realizando policiamento ostensivo, investigativo e sendo "polícia cartorária", como tanto querem ser, NEM DURANTE O REGIME MILITAR EXISTIU!!!

ANTONIO NETO: Infelizmente precisou acontecer um pequeno incidente (por que não dizer mais uma crise) diplomático (mais uma), para se aflorar os debates, é certo que não podemos deixar de salientar a bravura dos Policiais de Nossa Velha Briosa (PM), o problema é quando falta certo discernimento (ou zelo) por tecer comentário unicamente com a intenção de CAMUFLAR o resultado final da ocorrência como um todo, na real o que esta faltando mesmo são nossos SUPERIORES saberem qual é de verdade sua atribuição, dai não precisa querer atribuir aos outros ações que não são de sua competência, POLÍCIA CARTORÁRIA foi no mínimo querer arrebentar de vez com a POLÍCIA CIVIL JUDICIÁRIA essa sim INVESTIGATIVA ou é complexo de não poderem exercer de fato o tão chamado "ciclo completo"? Que me desculpem a minha Santa Ignorância.