Leonardo Cabral em 23 de Junho de 2023
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense
Devotos em procissão pelas ruas do bairro
Alfredo Ferraz, um dos festeiros mais conhecidos na cidade, desde às 05h30, deu início às comemorações ao santo, do qual é devoto, com a alvorada festiva. Há anos, ele dá continuidade à tradição popular da festa de São João.
“Iniciamos com a alvorada festiva, logo em seguida, nos deslocamos com o andor até a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, onde foi celebrada a missa e depois retornamos em procissão para a minha casa. Aqui, erguemos o mastro, que representa o nascimento de São João e logo em seguida rezamos e fazemos a partilha, com o café da manhã com a comunidade. É um momento especial de muita fé e devoção que se renovam a cada ano”, falou Alfredo ao Diário Corumbaense.
Porém, este ano, Alfredo e a família fazem a homenagem a São João, um pouco diferente, pois, recentemente, um tio do festeiro, Guilhobel Ferraz, faleceu e por isso, a celebração social, que ocorre todos os anos, não será feita.
“De maio para cá, perdemos quatro membros da comunidade, todos eram ativos no festejo a São João e há três dias, perdi meu tio, que também sempre fez parte das celebrações. Não está sendo fácil para todos nós, mas estamos aqui mantendo a tradição, fazendo a nossa obrigação, mas a parte social, não será realizada em respeito a memória de todos que nos deixaram, mesmo sabendo que eles, com toda certeza, estariam aqui com toda devoção”, explicou Alfredo.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense Maria Luiza agarrada ao retrato da irmã que se foi há quatro meses
“Se ela estivesse aqui, com toda certeza estaria festejando São João. Aqui renovo minha fé, agradeço e peço bênçãos para todos. A única vez que não estive presente, foi quando operei, mas fora isso, sempre estou aqui celebrando São João. Ele representa amor, carinho, fé, devoção para a minha a vida e da minha família”, disse.
Acompanhando a festa na comunidade Monte Castelo, João Santos, superintendente do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico Nacional) de Mato Grosso do Sul, destacou a importância da celebração não só para Corumbá, como o Brasil, devido a grandiosidade da festa centenária em solo pantaneiro.
Anderson Gallo/ Diário Corumbaense Andores com imagem de São João ao redor do mastro
O Banho de São João de Corumbá é Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil desde 2021. "Nosso papel agora é mais de acompanhamento para um trabalho de salvaguarda, justamente para que esse rito de fé não se perca, é muita gente envolvida. Faz parte da nossa identidade, que se constrói no dia a dia. O Banho de São João de Corumbá e Ladário, representa a identidade pantaneira, do Estado, é diversa e é nessa diversidade que a gente se encontra”, mencionou João Santos a este Diário.
Banho do santo
Na noite desta sexta-feira (23), quase cem festeiros cadastrados na Fundação da Cultura e do Patrimônio Histórico de Corumbá, vão descer com os andores a Ladeira Cunha e Cruz para banhar a imagem do santo no rio Paraguai. É esperada uma multidão para acompanhar o momento de fé e devoção.
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