Rosana Nunes em 18 de Junho de 2018
Após assembleia realizada na última sexta-feira (15), o Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores da Educação) confirmou que irá retomar a greve deflagrada no dia 18 de maio e suspensa no mesmo dia depois que o secretário de Educação, Genilson Canavarro de Abreu, encaminhou documento oficial garantindo a apresentação de proposta de reajuste no dia 15 de junho. Os trabalhadores da Rede Municipal de Ensino reivindicam que o abono de 7,64%, concedido em 2017, seja incorporado ao salário e, o pagamento do piso nacional de 6,81%.
No último documento encaminhado ao Simted, o Município reforçou as dificuldades econômicas e consequente queda de receita que inviabilizam qualquer reajuste neste momento e propôs aumento salarial de 2,95% para setembro, referente a inflação de 2017, e possibilidade de pagamento do retroativo referente à data-base. O abono de 180 reais também permanece até o encerramento das negociações deste ano. A Prefeitura também propôs a criação de uma comissão que irá avaliar a situação salarial dos professores e administrativos visando um plano de recuperação salarial, de acordo com o piso nacional, com participação efetiva de representantes da categoria. Por fim, o Município marcou para o dia 20 de setembro, reunião para avaliar a situação financeira após medidas tomadas para redução da folha salarial e negociação da incorporação do índice de 6,29% ao salário.
A proposta foi discutida em assembleia e a maioria decidiu pela rejeição e a retomada da paralisação. "2,95% a partir de setembro estão longe do percentual que os servidores pediram e como nós havíamos suspendido a greve porque havia a sinalização de proposta de aumento real para o dia 15, esperamos e não houve aumento real, então nós retornamos à greve no dia 21, quinta-feira, até o dia 06 de julho. Enquanto isso estamos esperando outra proposta da Prefeitura Municipal de Corumbá", afirmou ao Diário Corumbaense a presidente do Simted, professora Raquel do Prado. Perguntada sobre a mobilização da categoria, já que quando a greve iniciou, apenas 5 das 35 unidades municipais de ensino pararam, a dirigente sindical disse acreditar numa adesão bem maior agora.
Negociação continua aberta
O secretário municipal de Educação, Genilson Canavarro, ratificou que diante da situação econômica, queda de receita, não é possível qualquer reajuste neste momento. "Algumas medidas já foram tomadas como o decreto número 1.985 de contenção, redução e controle de gastos. Essas medidas administrativas vão possibilitar o reajuste de 2,95% que nós propomos para setembro e a continuação do pagamento do abono, de R$ 180, até o encerramento das negociações", disse.
Sobre a apresentação de uma nova proposta, o secretário afirmou que tudo vai depender dos resultados das medidas administrativas para reduzir a folha salarial da Prefeitura, cumprindo a Lei de Responsabilidade Fiscal. "Ainda essa semana vamos nos reunir com o prefeito Marcelo Iunes para novas avaliações. Hoje, o que dá para fazer seria isso, mas, sempre há possibilidade de negociação ampla, pois nós não fechamos a negociação, está em processo, ou seja, teve a reunião, a proposta e agora vamos conversar sobre o que podemos melhorar nela", concluiu a este Diário.
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