Rosana Nunes e Ricardo Albertoni em 21 de Junho de 2018
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Servidores em greve se reuniram em assembleia na sede do Simted
A greve dos trabalhadores em educação da Rede Municipal de Ensino, deflagrada no dia 18 de maio e suspensa no mesmo dia, foi retomada nesta quinta-feira, 21 de junho. Os servidores grevistas, que reivindicam que o abono de 7,64%, concedido em 2017, seja incorporado ao salário e, o pagamento do piso nacional de 6,81% se reuniram em assembleia na sede do Simted (Sindicato Municipal dos Trabalhadores da Educação).
De acordo com levantamento feito pelo sindicato, a adesão desta vez foi maior do que a paralisação realizada no mês passado. Segundo a presidente do Simted, professora Raquel do Prado, cerca de 60% dos trabalhadores efetivos estão parados. “Fizemos levantamento inicial e constatamos que a adesão é de 60%. Algumas escolas estão totalmente paradas, mas, o percentual de trabalhadores, não só professores, como também administrativos é de 60%”, afirmou ao Diário Corumbaense.
A reportagem percorreu algumas instituições e constatou que adequações tiveram que ser realizadas para que os alunos não ficassem sem aulas. Na escola Cyríaco de Toledo houve cinco adesões e em outro estabelecimento de ensino, a escola Izabel Corrêa Oliveira, na parte alta, nove dos treze professores efetivos paralisaram as atividades.
A ausência dos servidores da área administrativa obrigou a direção da escola Djalma de Sampaio Brasil interromper as atividades. A informação foi repassada por servidores da unidade que estavam na assembleia do Simted. Eles também relataram adesões de quase 100% dos administrativos em outras instituições municipais.
De acordo com a presidente do Simted, as escolas que não paralisaram estão funcionando apenas com o quadro de professores convocados. "Eles são convocados por período e se entrarem em greve agora não é convocado no segundo semestre. Os efetivos entram em greve e os convocados ficam ‘segurando’ a escola para maquiar o número de trabalhador em educação que realmente está em greve, ou seja, a escola está funcionando mas não 100%, pois os efetivos daquela escola estão parados e são os convocados que estão lá”, disse a dirigente sindical. Após a assembleia, os grevistas foram para a porta da Prefeitura protestar.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
A reportagem percorreu algumas instituições e constatou que adequações tiveram que ser realizadas para que os alunos não ficassem sem aulas
No último documento encaminhado ao Simted, no dia 15 de junho, a Prefeitura reforçou as dificuldades econômicas e consequente queda de receita que inviabilizam qualquer reajuste neste momento e propôs aumento salarial de 2,95% para setembro, referente a inflação de 2017, e possibilidade de pagamento do retroativo referente à data-base. O abono de 180 reais também permanece até o encerramento das negociações deste ano. A Prefeitura também propôs a criação de uma comissão que irá avaliar a situação salarial dos professores e administrativos visando um plano de recuperação salarial, de acordo com o piso nacional, com participação efetiva de representantes da categoria. Por fim, o Município marcou para o dia 20 de setembro, reunião para avaliar a situação financeira após medidas tomadas para redução da folha salarial e negociação da incorporação do índice de 6,29% ao salário.
A proposta foi discutida em assembleia pelos professores e administrativos e a maioria decidiu pela rejeição e a retomada da paralisação. "2,95% a partir de setembro estão longe do percentual que os servidores pediram", enfatizou Raquel do Prado. Inicialmente, a greve iniciada nesta quinta-feira vai até 06 de julho, quando nova avaliação será feita pela categoria, que espera da Prefeitura uma nova proposta de negociação.
Maioria das escolas funciona
A Secretaria Municipal de Educação informou que a maioria das escolas da Rede Municipal de Ensino funciona normalmente nesta quinta-feira. “Temos paralisação de 3 escolas urbanas; 3 creches e 2 rurais de um total de 35 escolas. Esse total é o que anunciou paralisação nesta quinta e sexta (dias 21 e 22 de junho). Duas escolas nos informaram que retornam às atividades na segunda-feira, 25 de junho”, disse o secretário de Educação, Genilson Canavarro de Abreu, informando ainda que houve servidores que aderiram parcialmente à paralisação em algumas escolas da Reme. De acordo com o Município, as escolas que aderiram à mobilização da categoria vão repor as aulas em datas posteriores, evitando, assim, quaisquer prejuízos aos alunos, informou a assessoria de comunicação da Prefeitura.
Segundo o secretário, a proposta apresentada, pelo Executivo Municipal, à categoria segue em vigor. "Hoje, o que dá para fazer seria isso, mas, sempre há possibilidade de negociação ampla, pois nós não fechamos a negociação", garantiu.
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