Campo Grande News em 07 de Março de 2018
O investigador Wescley Vasconcelos, 37, o Baiano, executado com pelo menos 30 tiros de fuzil 7.62 na terça-feira (06) em Ponta Porã, a 323 km de Campo Grande, foi o sétimo policial civil morto na fronteira de Mato Grosso do Sul com o Paraguai desde 2012. A informação é do Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis).
As outras mortes ocorreram em 2012, 2014, 2015 e 2016. Foram dois policiais mortos em 2016. Aquiles Chiquin Junior, 34, foi executado a tiros de fuzil em Paranhos enquanto malhava em uma academia da cidade no dia 14 de junho. Outras quatro pessoas foram atingidas.
Em abril do mesmo ano, Anderson Celin Gonçalves da Silva, 36, investigador lotado na delegacia de Jaraguari, foi assassinado e teve o corpo queimado em uma caminhonete no dia 21 de abril em Bela Vista. Ele foi morto junto com o pistoleiro Alberto Aparecido Roberto Nogueira, 55, o “Betão”.
No dia 28 de junho de 2015, o investigador José Nivaldo de Almeida, 51, foi assassinado ao intervir numa troca de tiros em um bar perto de sua casa em Tacuru.
Investigador lotado na delegacia de Polícia de Aral Moreira, Cláudio Roberto Alves Duarte, 39, foi morto ao tentar impedir um assalto em Ponta Porã na noite de 18 de março de 2015.
O perito papiloscopista Marcílio de Souza, 51, lotado na delegacia de Paranhos, foi executado no dia 12 de fevereiro de 2014 dentro de uma lanchonete quando voltava da Comissaria da Polícia Nacional do Paraguai após informar o furto de um trator em Sete Quedas.
Miguel Honorato Abreu Holsbach, 44 anos, investigador da Polícia Civil em Tacuru, foi morto no dia 1º de setembro de 2012. Ele estava em casa, assistindo TV com a sua esposa, quando dois homens armados entraram na residência e atiraram no casal. Miguel morreu e a mulher, atingida por quatro tiros, sobreviveu.
Fechamento da fronteira
Ao acompanhar o velório de Wescley Vasconcelos, nesta quarta-feira em Ponta Porã, o presidente do sindicato, Giancarlo Miranda, cobrou do Governo do Estado o fechamento da fronteira. Para o Sinpol, muitos dos crimes ocorridos na região são fomentados pelo tráfico de drogas e armas.
Miranda afirma que o combate a estes tipos de crime não é função do policial civil. “Por força de um convênio do Estado com a União, os agentes de polícia investigam e prendem criminosos, sem ter a estrutura necessária para o trabalho, tampouco um incentivo para permanecer na fronteira, onde acabam sendo alvo da represália de facções fortemente armadas”.
Foi PM na Bahia
De acordo com o Sinpol, Wescley Vasconcelos morava em Ponta Porã com a mulher e o filho pequeno desde sua formação na academia de polícia, no final de 2014. Sua vocação pela segurança pública começou na Bahia, onde foi policial militar por seis anos. “Ele colaborou com polícias de muitos estados brasileiros e, por isso, muitos manifestaram seu pesar pela perda inestimável”, diz o sindicato, em nota oficial.
“A morte do nosso amigo não será em vão. Transformaremos mais uma vez o nosso luto em luta por uma sociedade melhor e segura para os cidadãos”, afirmou Giancarlo.
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