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Busca pelo material escolar já movimenta livrarias em Corumbá e Procon faz recomendações

Lívia Gaertner em 11 de Janeiro de 2018

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Papelarias e livrarias já têm movimento de pais em busca de material escolar

As aulas ainda não começaram, porém a “lição de casa” dos pais já e, para alguns há certo tempo, pois, com o início do ano, é dada a largada para a temporada de compra do material escolar. Em Corumbá, as livrarias e papelarias estão com o estoque reforçado e uma infinidade de produtos que vão dos mais básicos até os da “moda” que agradam crianças e adolescentes em idade escolar.

A conhecida fórmula de associar os produtos a personagens de desenhos animados e de jogos eletrônicos continua dando certo. O pequeno Vitor, que se diz fera em Matemática, convenceu a mãe, Fernanda Ferreira, a ter uma mochila nova. Todo entusiasmado, ele já saiu com o produto nas costas. “Eu gosto do Minecraft (jogo de montagem em blocos) e pedi para minha mãe essa mochila com os bonecos dele”, contou o pequeno estudante que, este ano, segue para a primeira série do Ensino Fundamental.

Ao Diário Corumbaense, a mãe de Vitor,  contou que a família se planeja para os gastos com o material escolar. “A gente vem juntando porque quando chega época de escola compro tudo do gosto dele à vista com um bom desconto”, disse ao revelar como equilibra as finanças.

Fernanda disse que economizou em meses anteriores para poder comprar produtos do gosto do filho

A psicopedagoga Simone Alves Corrêa aproveitou a ida ao centro da cidade para pesquisar. O difícil foi convencer a filha, que se encantou com a variedade de produtos, que aquele era um momento para avaliar os preços.

“A criança tenta de todo jeito que o pai compre o produto que a agrada, mas esse momento é importante de diálogo para já ir mostrando aos filhos como são as coisas. Os pais buscam adequar o orçamento, manter o foco no que realmente a criança precisa”, disse ao explicar como contém o impulso da pequena estudante.

Variedade de produtos e preços

Sabendo das diferentes realidades econômicas, os donos de papelarias colocam à disposição uma variedade grande do mesmo produto, conforme explicou Haida Mohammed, proprietária de uma livraria e papelaria da área central da cidade.

Um caderno capa dura simples, de 96 folhas, varia o preço de 6 a 8 reais, já o de personagem vai de 11 a 20 reais, temos variações que chegam a 40% num mesmo produto e isso acontece pela marca associada, estampa, por exemplo”, comentou ao revelar que espera aumentar as vendas em seu estabelecimento este ano. “Estamos esperando um movimento 20% maior que em 2017, aumentamos a equipe para poder atender os clientes”, afirmou.

Em outra papelaria também do Centro da cidade, o movimento é o mesmo: pais pesquisando e comprando itens da lista de material escolar, porém, de acordo com a proprietária, Samia Ziad, esse fluxo deve aumentar nos próximos dias.

“As escolas começam bem cedo esse ano, a maioria das escolas particulares retorna antes do carnaval e as públicas depois, então o ‘boom’ mesmo a gente calcula que vai acontecer a partir da próxima semana, porém quem gosta de tranquilidade já está vindo comprar”, disse sobre o comportamento dos pais e contou ainda. “Eles optam por pagamento à vista até porque há listas nas quais conseguimos oferecer descontos que chegam a R$ 100, porém aqueles pais que têm mais filhos acabam optando pelo parcelamento”, disse ao afirmar que o estoque foi preparado com antecedência e por isso mesmo já registrou compras para o ano letivo de 2018 antes mesmo do Natal de 2017.

Procon faz recomendações

Antes de ir às compras, o diretor-presidente da Agência Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor, Alexandre Taques Vasconcelos, orienta os pais a se atentarem a dicas e práticas que podem garantir economia, além claro, da segurança aos filhos.

“Verificar se aquele material tem o símbolo do Inmetro: lápis de cor, cola, etc. Isso traz uma segurança para os pais comprovando que aquele material não pode causar nenhum dano físico para seus filhos. Evitar a compra de material no comércio ilegal porque eles não terão esse selo e nem a nota fiscal para quem possa reclamar”, lembrou.

A próxima dica é bastante eficaz para o bolso, porém alguns pais têm dificuldade em segui-la, que é: levar o filho junto às compras. Conforme Alexandre, a presença da criança onera o valor porque ela tem tendência a escolher produtos mais caros por atrativos como o já destacado no início dessa matéria, que é a presença de personagens de desenhos animados em cadernos, estojos, mochilas e demais itens.

Alexandre dá a dica para quem usa aplicativos de mensagens instantâneas. Além de reunir em grupos familiares, colegas do trabalho e do curso, a ferramenta online pode ser aliada na hora da economia.

Diretor do Procon diz que além das pesquisas, outra forma de economizar é os pais promoverem compras em grupo

“Aproveitar que hoje existem os meios de comunicação e fazer grupos de pais para que possam ir até a livraria e ter um poder de barganha maior. Com certeza, grupos conseguem descontos maiores porque o volume de compra vai ser superior do que se fizesse separadamente”, ensinou.

Se a compra de forma coletiva está liberada, o pedido na lista de produtos de uso coletivo não. A legislação (Lei nº 12.886/13) proíbe que as escolas coloquem na lista produtos de higiene pessoal e limpeza, copos e talheres descartáveis, grandes quantidades de papel entre outros. O custo de material de uso coletivo deve ser considerado no cálculo das anuidades escolares e não repassados aos alunos nas listas de materiais, porque já compõe o preço da mensalidade, conforme explico o diretor do Procon.

O IDEC – Instituto de Defesa do Consumidor esclarece que a escola também “não pode exigir marcas ou locais de compra específicos para o material, tampouco que os produtos sejam adquiridos no próprio estabelecimento de ensino, exceto para artigos que não são vendidos no comércio, como apostilas pedagógicas próprias do colégio. Fora essa situação, a exigência de compra no estabelecimento de ensino configura venda casada e é expressamente proibida pelo artigo 39, I, do CDC (Código de Defesa do Consumidor)”.

Silvia Helena diz que pais se esforçam para fazer o melhor pelos filhos

Observados esses pontos, os pais podem fazer uma compra mais tranquila e usufruir também de um momento de contato bastante importante como os filhos como avisa que vai fazer Silvia Helena dos Santos Victório.

“Pelo filho a gente faz tudo, faz uma economia deixando de gastar com nós para agradar os filhos. A pesquisa foi feita logo que fiz a matrícula, peguei a lista e fui ver os preços. Agora, vou chegar em casa e etiquetar os cadernos com o nome do Mateus. É uma tarefa que agrada muito quando fazemos juntos todos os anos”, afirmou a mãe do garoto que em 2018 vai iniciar o Ensino Fundamental.

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