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Os adolescentes e seus atos inconsequentes

Da Redação em 16 de Outubro de 2017

Adolescentes cometerem atos impensados e prejudiciais a eles próprios e a terceiros, isso é comum. O que não poderia ser comum é o acobertamento dos pais que podem estar falhando ao educar os filhos que praticam determinados crimes, e do Estado, que criou um estatuto com o qual não permite que se responsabilizem os menores de idade nem mesmo que se diga o nome do “infrator”, ou que se mostre sua foto, bem diferente de países desenvolvidos, onde, em alguns casos, até crianças são submetidas a penas de prisão perpétua. 

Dois casos aconteceram na região de fronteira no final de semana, que servem bem para ilustrar essa problemática.  Em Puerto Suárez, na Bolívia, um pai entregou à polícia o filho acusado de assalto a mão armada. Por outro lado, em Corumbá, uma mãe, está processando a imprensa que republicou fotos que uma adolescentes postou no Facebook, em cima de uma estátua da Via Sacra do Cristo Rei do Pantanal, proferindo palavrões e desacatos à religiosidade e às pessoas. 

Em primeiro lugar, a imprensa corumbaense, responsável como sempre foi, havia recebido a informação de que a menina seria maior de idade. Só depois da decisão judicial que determinou a retirada do nome e das fotos dela das matérias é que se soube que ela é menor de idade e, portanto, não poderia mesmo ter tido nome e fotos revelados, muito embora, ela própria tenha feito a postagem nas redes sociais.

Mas o fato a ser discutido é a impunidade, é a razão demasiada que se dá a esses adolescentes que cada dia mais se transformam em um grande problema para a sociedade.  A mãe dessa moça, do desagravo a Jesus Cristo, ingressou com ação na justiça. Mas há que se perguntar a ela: o que sua filha estava fazendo lá, pisando na estátua da Via Sacra? Onde foi que ela aprendeu a falar tantos palavrões e a blasfemar? A lei prevê punição a ela e possivelmente aos pais, a senhora vai assumir e vai aceitar a punição?

Isso, talvez aí esteja o grande “X” da questão, tem que se responsabilizar os pais pelos atos que filhos menores de idade cometem. Está previsto na lei, mas não se tem notícia de pai ou de mãe que tenha sido punido por causa dos atos inconsequentes dos filhos adolescentes. A impunidade que favorece os menores, não pode favorecer a seus pais também, afinal, aquela velha frase que diz que “a educação vem de berço”, não quer dizer que a criança nasça com ela, mas que os pais lhes deem a educação necessária para que a pessoa viva em sociedade. 

Outro problema muito sério ultimamente é a falta de limites na internet. As pessoas acham que podem fazer tudo nas redes sociais, mas se esquecem que cada atitude tem a sua consequência e que cada ato tem que ser assumido. O Facebook vem servindo de “trombone de desabafo”, que muitos utilizam em momentos de sensibilidade, raiva ou insanidade mental.

Aí, depois que publicou, não tem jeito, mesmo que se apague da página, não se apaga da cabeça de quem viu. É por isso que os jornalistas às vezes demoram para dar uma informação, para checar a fonte e ter certeza do fato pois sabem do poder avassalador que tem uma notícia.  

Mas, até isso, tem que ser ensinado aos filhos pelos pais, que não se pode ir escrevendo qualquer coisa, ao bel prazer, que tem que se tomar cuidados com tudo o que se posta. E mais, essa mãe que está processando a imprensa por ter exposto sua filha, também deveria ser processada por ter deixado sua filha se expor. Ela também é responsável, aliás, ela é a maior responsável. Quando a justiça começar a punir os pais, a chamá-los à responsabilidade, já que tem limitações com menores de idade, a situação certamente vai mudar, da água para o vinho, e vai ter ateu que blasfema a Jesus, dizendo: “Pelo amor de Deus, me perdoe”, aí já será tarde demais.