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Corumbaenses celebram de jeito particular a fé em Nossa Senhora Aparecida

Lívia Gaertner em 12 de Outubro de 2017

Uma herança que não é passada em cartório, mas no exemplo dado a cada dia foi o que alicerçou a fé da corumbaense Jonilce de Oliveira em Nossa Senhora Aparecida. Criada em uma família católica, a referência da avó em sempre recorrer à imagem da santa padroeira do Brasil construiu a crença da devota que, hoje, congrega centenas de pessoas que comungam da mesma fé.

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Jonilce e Genílson preparam festa nos mínimos detalhes para celebrar padroeira

Também é da infância o apelido “Shúria” pelo qual a maioria das pessoas a conhece no bairro Popular Nova, onde mora e realiza há mais de 20 anos uma grande festa que começa logo cedinho com missa e um café da manhã comunitário.

“Eu sempre fui devota. Minha fé veio da minha avó, fui criada em Igreja Católica que nos ensinou isso desde criança, eu via ela com essa fé que foi crescendo em mim. Antes,  como tinha meus filhos pequenos, fazia algo mais modesto com  bolo e refrigerante, só depois é que tomou a proporção que tem agora”, contou Jonilce ao Diário Corumbaense.

“Passamos por uma fase difícil: eu, meu marido e meus filhos pequenos. Ai, eu fiz a promessa que se meu marido conseguisse emprego para manter nossa família, faríamos a festa para ela com churrasco e tudo mais. Então, há mais de 20 anos fazemos a festa, mas com essa proporção maior há uns 7 anos”, disse a devota que se orgulha em dizer que ano após ano a festa conta com mais colaboradores e participantes.

Após missa, café da manhã é servido em grande mesa para comunidade

Shúria pensa em cada detalhe da festa e não capricha menos na decoração que tem bandeirolas nas cores branca e azul, atribuídas à santa, bem como a mesa principal que serve como um altar no terreno de chão batido onde dezenas de mesas são distribuídas para receber cerca de 350 pessoas para o almoço que é preparado por uma grande equipe que se desdobra entre churrasco, cozido e sarravulho.

“A devoção é minha, mas não exclusiva, é também de muitas outras pessoas que não podem fazer uma festa dessa proporção, mas vêm e colaboram. Foi algo que, no início envolveu a família, depois amigos e a comunidade aqui da rua Minas Gerais, porém vem gente de todo canto da cidade”, contou.

Este ano, foram preparados 200 quilos de carne, duas panelas grandes de cozido e outra de sarravulho em mesmas proporções. Isso sem contar os pães, bolos, sucos e achocolatados preparados para o café da manhã.

Terreno é preparado com mesas e cadeiras para receber devotos durante almoço

“Não é fácil, mas a gente recebe graças todos os dias, a todo momento e a festa a gente só faz uma vez no ano”, justificou Genílson José da Silva, marido de Jonilce e braço direito da devota nos preparativos.

No mesmo terreno onde acontece a grande festa, Jonilce promove novenas e terços durante dias que antecedem à data comemorativa. Para ela, a parte festiva é um momento de confraternização importante entre os fiéis e por isso mesmo, apesar de já ter cumprido sua promessa, ela decidiu: “Não vou falar recebi, mas recebe porque as graças acontecem até hoje, principalmente a vida e a saúde. Todas as vezes que pedi pela interseção dela, ela sempre me ajudou e até me emociono. A fé que tenho nela nem sei explicar, é a força maior que tenho. Enquanto Deus me der vida e saúde, eu vou continuar a fazer a festa”, garantiu

Assim como Jonilce, em vários pontos da cidade, devotos criam seu jeito singular de comemorar a padroeira do Brasil que completa, em 2017, 300 anos de sua aparição.

Esse ano, almoço foi preparado com 200 quilos de carne somente para o churrasco

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