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Como se reinventar depois de um fracasso?

Alexandre Prates* em 09 de Julho de 2014

Na entrevista do goleiro Júlio Cesar ao final da derrota para a Alemanha, ficou claro que ninguém sabe o que aconteceu. Na coletiva, o técnico Luiz Felipe Scolari assumiu toda a responsabilidade, mas isso não é justo com o time. Se é família, é família até o fim, na vitória e na derrota. Não se tratam de crianças indefesas, são jogadores profissionais. É o momento de levantar a cabeça, agradecer o País pelo apoio e cada um aprender com os seus erros.

O fracasso não é uma escolha, é um acontecimento que ninguém deseja em sua vida. Aqueles jogadores entraram para ganhar e tenho a certeza que acreditavam nisso, só que os adversários também vieram com o mesmo espírito.

A torcida brasileira está abalada, os jogadores estão arrasados, isso é fato. Mas percebam que o verbo estar é completamente diferente do ser. Um dia todos nós enfrentaremos um fracasso, mas a decisão de ser um fracassado é somente sua. O fracasso é a maior de todas as escolas que podemos frequentar na carreira e na vida.

Conheci pessoas fracassadas na vida, que não conseguiram superar o peso de uma derrota. Mas, felizmente, conheci também muitas pessoas vencedoras, que, diante de um grande revés, sofreram, aprenderam lições inimagináveis e hoje orgulham-se de suas conquistas, principalmente de suas histórias de luta e superação.

Diante de um fracasso, a melhor decisão é a reinvenção!

São nos momentos de turbulência que descobrimos recursos que nem imaginávamos ter. As emoções se afloram e explorando-as positivamente, somos agraciados de uma força surpreendente. E a força de quem se reinventa é uma pancada de energia, pois vem carregada de uma motivação inexplicável. Portanto, aprenda explorar positivamente as suas emoções:

1) Transforme pressão em energia: quando você erra, muitas pessoas lhe apontarão o dedo. Muitas duvidarão e até mesmo se afastarão de você. A pressão é um fator externo, uma expectativa (positiva ou negativa) que terceiros colocam sobre você. Assumir essa expectativa é uma reação comum, porém, desnecessária e, por vezes, cruel. Portanto, não vale a pena. Não entre no jogo pressionado a ganhar, entre no jogo com a certeza de que colocará em ação o seu melhor desempenho.

2) Transforme medo em estratégia: sentir medo é normal. Eu nunca conheci ninguém que não sente. A questão é o que você faz com o medo. Travar ou seguir em frente é uma decisão. A pergunta que precisa ser feita é: “O que eu posso fazer para que tudo dê certo?”. Mas não responda isso pensando no resultado, responda focando nas suas ações, ou seja, naquilo que você precisa fazer para que dê tudo certo. Pensar nas consequências – positivas ou negativas – não ajuda em nada agora. Novamente, foco total e absoluto no desempenho. Treino, estratégia e potencialização dos pontos fortes. O resultado é consequência!

3) Transforme tristeza em propósito: a derrota aconteceu. Bola pra frente! É preciso encontrar um motivo para seguir. É isso que faz da reinvenção uma arma poderosíssima – o propósito. Somente se reinventa quem tem um propósito claro e que valha a pena empenhar todo o seu potencial. E esse motivo jamais deve ser provar para as pessoas que você pode. Isso não depende de você. Faça por você e colha os frutos disso.

Assim como os jogadores se fortalecerão com isso, nós também iremos. Perdemos essa, mas eu tenho a certeza de que esse campeonato trouxe inúmeras lições para que o nosso povo vença a maior de todas as batalhas: as urnas!

Reinvente-se!

* Autor: Alexandre Prates é especialista em liderança, desenvolvimento humano e performance organizacional. É também Master Coach, palestrante, sócio-fundador do ICA (Instituto de Coaching Aplicado) e sócio do Grupo Alquimia, consultoria especializada em franquias. Escreveu o livro "A Reinvenção do Profissional - Tendências Comportamentais do Profissional do Futuro" e é autor da metodologia de coaching "Inteligência Potencial". www.alexandreprates.com.br.

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