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Futuro do Porto Geral está associado à economia criativa, avalia superintendente do IPHAN

Lívia Gaertner em 27 de Março de 2013

Para o superintendente do IPHAN em Mato Grosso do Sul, André Luiz Rachid, não basta apenas preservar os traços da arquitetura, mas fazer com que ela esteja pulsante e participante do cotidiano da população e por isso cita como benéfica a utilização dos prédios reformados na área tombada e entorno para atividades que vão desde entretenimento como bares, passando por história e cultura, em museus, até à vida acadêmica com a entrega da reforma do prédio da antiga Alfândega para uso da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).

Fotos: Anderson Gallo/Diário Online

Programas federais como o Monumenta e o PAC das Cidades Históricas dão nova cara para área tombada

"A grande tendência hoje dentro da gestão do patrimônio cultural é você trabalhar o que nós chamamos de economia criativa. É você obter retorno econômico, obter uma movimentação econômica e com isso obter retorno social para a comunidade com todo esse patrimônio através do turismo histórico-cultural, através das cadeias produtivas agregadas ao turismo", disse ao informar quais os próximos passos dentro de ações voltadas ao local.

"Hoje, você consegue enxergar na própria comunidade esse reconhecimento, o que é o maior objetivo do trabalho do IPHAN", diz Rachid, que continua. "É importante frisar que você ter uma área, um imóvel protegidos por lei, por um lado, administrativo e você não conseguir ter uma gestão, uma ocupação para aquela região, você não consegue atingir seus objetivos na totalidade, então tem que ter movimentação econômica, dinâmica, tem que ter vida e isso a gente consegue hoje no município de Corumbá, não apenas na área tombada, mas nos outros imóveis também", explicou ao falar que todo o trabalho, primeiramente, voltado apenas para a área tombada, hoje, foi assimilado pela população.

Superintendente do IPHAN vê que tombamento contribuiu para valorização da área

"Isso se estende além da área tombada pelo Iphan, nas áreas de entorno e uma proposta dessa nova gestão que são imóveis de interesse cultural que estão um pouco mais acima, onde o comércio já está mais presente, mais consolidado. Isso comprova que o reconhecimento como patrimônio cultural a partir do tombamento não vem engessar aquele espaço, região ou imóvel, pelo contrário, vem agregar valor, dotando imóvel, de valor cultural e isso traz também valor imobiliário", disse ao citar outros organismos que ajudam nesse trabalho.

"Hoje, temos um projeto em parceria com a Associação Comercial, Ministério Público Federal, e Prefeitura Municipal, que é o da despoluição visual. Temos diversos imóveis que nem estão dentro da área protegida, mas que por iniciativa dos proprietários, eles mesmos buscam recursos e fazem um diferencial no seu imóvel. Esse é o resultado mais gratificante de todo esse trabalho de conscientização que o IPHAN vem realizando ao longo de anos em Corumbá", avaliou ao citar demais ações do órgão na cidade como as oficinas de ladrilho hidráulico e viola-de-cocho, além do Cineclube, que funciona na sede do escritório técnico, também no Porto Geral, onde ainda este ano, segundo o superintendente deve ser instalada a Casa do Patrimônio.

"Esse espaço vai contar um pouco dessa história, através de exposições permanentes, temporárias, então tudo isso é um conjunto de vitórias, resultados que tiveram início lá em 1993 com o primeiro passo nessa caminhada que foi o tombamento do Casario do Porto", disse Rachid ao afirmar que as ações do IPHAN irão continuar atentas ao patrimônio e tudo o que o envolva dentro de Corumbá.

Leia também: Tombamento do Casario do Porto Geral de Corumbá completa 20 anos

 

Comentários:

Alexandre da Rosa: Primeiro lugar falta sombra. As pessoas querem caminhar onde tem sombra de árvores, com arborização zero que existe ali fica dificil o uso durante o dia. Já a noite faltam bares, incentivo à vida noturna. Os bares se concentram na parte alta, na avenida e não no belo casario do porto. Mas os empresários precisam de incentivos, isenções de impostos pra se mudarem de onde é mais fácil, que seria no centro, pra beira do rio. Depois os eventos culturais da cidade são concentrados novamente fora da região. Não adianta restaurar e colocar centro de informação ao turista. Antes de informação, o turista quer peixarias, quer lojinhas de artesanato, quer museus, quer mais opções de transporte,com mais opções de empresas de ônibus...sem isso não adianta dar informação sobre o que o turista não quer ver. A Bolívia, nosso vizinho mais pobre, atrai bem mais turistas europeus que o pantanal! Muitos apenas dormiam no antigo "hostel" que ficava na rua Colombo, e seguiam viagem. O problema principal apontado eram os preços! Europeus, australianos...dão valor ao dinheiro! Não querem pagar R$250,00 por exemplo, pra ir em uma fazenda ver a rica fauna do pantanal.

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