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Reflexão: caridade e solidariedade são deveres de todo cristão

Fonte: Por: *Ruiter Cunha de Oliveira em 07 de Junho de 2012

Aproveito a ocasião deste 07 de junho, dia consagrado a Corpus Christi, em que os fiéis católicos celebram o "Corpo de Cristo", para propor uma reflexão. A data rememora a passagem bíblica na qual Jesus Cristo, na quinta-feira santa, dia que antecedeu sua morte, reuniu os apóstolos para a última ceia e disse: "Isto é o meu corpo (apontando para o pão), e isto é o meu sangue (apontando para o vinho)". A partir de então, os católicos do mundo todo agradecem pelo dom da Eucaristia, ou seja, a crença de que Deus é o alimento espiritual da alma.

Mas a reflexão que proponho não é apenas para falar deste sacramento, mas também de justiça, caridade e solidariedade. Ao ler a edição desta quinta-feira (07) do jornal Correio do Estado, espantei-me com matéria na página 3, segundo a qual o promotor Luciano Lara Leite, da 5ª Promotoria de Justiça da Comarca de Corumbá, "questionou o fato de o prefeito de Corumbá, Ruiter Cunha (PT) comparecer ao portão do presídio para receber o secretário de Finanças, Daniel Martins Costa, e o ex-presidente da Fundação de Cultura e Turismo, Rodolfo Assef Vieira, liberados pela Justiça na noite da última sexta-feira".

Neste ponto, e esta é a razão principal deste texto, primeiro chamou-me a atenção o fato de o promotor questionar um direito constitucional de qualquer cidadão brasileiro deslocar-se para onde quiser. Segundo, não conheço a religião do promotor, e não sei se professa alguma, mas sou católico e acredito que prestar solidariedade a pessoas, familiares e amigos que passam por qualquer infortúnio é um dever de todo cristão. Ademais, e longe de afrontá-la, se a própria Justiça, que havia decretada a prisão temporária dos citados por cinco dias, liberou-os em prazo inferior a 48 horas, por que eu deveria condená-los previamente?

Atualmente, por meio do Programa ELO, a Prefeitura de Corumbá abriga 85 apenados, ou seja, pessoas que já foram condenadas pela Justiça e agora estão trabalhando e tendo a oportunidade de se ressocializar. Portanto, a dedução que faço da afirmação do promotor Luciano Lara, é que, se prestar solidariedade a pessoas que nem sequer foram julgadas pela Justiça já seria atitude reprovável, o que dizer de oferecer oportunidade àquelas que já foram condenadas?

Finalizo esta reflexão reiterando minha convicção de que todos os fatos serão devidamente apurados e esclarecidos, e que ao final serão punidos aqueles que erraram, mas também absolvidos, inclusive moral e eticamente, aqueles que comprovarem nada de errado ter praticado. Que nesta data especial Deus ilumine, abençoe e proteja a todos. Ao colega Daniel Martins Costa, cuja genitora faleceu nesta data, nossos profundos sentimentos, rogando-lhe força espiritual para superar mais este infortúnio.

*Ruiter Cunha de Oliveira é prefeito de Corumbá.