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Deaij investiga denúncias de abusos sexuais em Uneis de MS

Midiamax em 25 de Outubro de 2010

A Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij) instaurou um inquérito, sob sigilo de Justiça, para investigar denúncias de abusos sexuais que estariam ocorrendo dentro de Unidades Educacionais de Internação (Uneis) do Estado. A delegada titular, Maria de Lourdes Cano também vai apurar possível prevaricação de funcionários agentes de segurança que trabalham nas unidades.

Com base em matéria publicada no dia 03 de setembro deste ano no Midiamax, a delegada está colhendo depoimentos. Depois de concluído, o inquérito será levado ao conhecimento do juiz da infância e juventude, Danilo Burin, para verificar qual procedimento será tomado.

Depoimentos de agentes de segurança que trabalham em Uneis e mães de adolescentes internos, trouxeram à tona um escândalo de violência sexual, que pode resultar em denúncia internacional a organismos de direitos humanos, onde o governo estadual é apontado como responsável pela situação degradante das condições estruturais e desamparo dos adolescentes.

Segundo um dos relatos, os garotos maiores acabam se aproveitando da compleição física para praticar violência sexual contra os menores.

A delegada Maria de Lourdes não revelou detalhes da investigação, mas adianta que nenhum órgão formulou denúncia na Deaij. “Em 2010 houve uma ocorrência de abuso sexual registrada”, revelou sem dizer em qual unidade aconteceu e nem quais medidas foram tomadas.

Uma das explicações dos agentes de segurança pública sobre o anonimato das informações repassadas para a imprensa é a de que temem represálias por parte de seus superiores e até do Governo Estadual. “Eles sabem que podem mandar pra cá uma carta anônima, fazer uma ligação anônima que vamos apurar. Quando li a matéria fiquei enojada porque a situação, se confirmada, é gravíssima”, diz a delegada.

O presidente do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza, Paulo Ângelo de Souza, afirma que desde 2007 vem recebendo denúncias sobre as Uneis e que, inclusive, a entidade encaminhou material expondo o problema para o Ministério Público Estadual e também para o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (Conanda), órgão ligado à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.