Campo Grande News em 03 de Novembro de 2025
Jornal Razão

Davi Piazza Pinto detido pela Polícia Militar de Santa Catarina após confessar o assassinato do filho em João Pessoa
A vítima, uma criança com autismo não verbal e deficiência visual, foi morta na sexta-feira (31). Segundo as investigações, o pai usou uma rede e travesseiros para sufocar o filho, colocou o corpo em um saco plástico e o enterrou em uma região de mata afastada.
De acordo com as polícias da Paraíba e de Santa Catarina, o crime foi premeditado. Davi viajou de Florianópolis até João Pessoa sob o pretexto de visitar o menino, mas antes comprou uma pá de jardinagem e alugou uma propriedade rural para esconder o corpo.
No domingo (2), o homem confessou o assassinato à própria mãe, que acionou o 190. Com base nas informações repassadas, a polícia paraibana localizou o corpo e confirmou a identidade da vítima.
As investigações indicam que o crime pode ter sido motivado por vingança, já que o homem não aceitava o fim do relacionamento com a mãe da criança. Durante o depoimento, o autor demonstrou frieza, descrevendo com detalhes como matou o filho e onde o enterrou.
Em Campo Grande, onde o menino nasceu e passou os primeiros anos de vida, a notícia causou desespero. A tia materna, de 45 anos, contou à reportagem que a mãe do garoto está em estado de choque e ainda não consegue falar sobre o caso.
“Meu sobrinho era um menino feliz, tranquilo, não falava, mas demonstrava carinho com gestos e sons. Ele nasceu de 24 semanas, ficou cinco meses na UTI da Santa Casa e superou tudo. Perdeu a visão, mas vivia bem. Não merecia esse fim”, lamentou a tia, emocionada.
Segundo ela, o pai morou por anos na Vila Planalto, em Campo Grande, antes de se mudar para o Sul. “Ele não via o filho havia muito tempo e fingiu querer visitá-lo. Minha irmã acreditava que ele queria passar uns dias com o menino. No domingo, ele ligou dizendo que tinha matado. É uma crueldade que não cabe em palavras”, contou, chorando.
Comoção e revolta
O caso provocou indignação e comoção nacional. Em João Pessoa, moradores do bairro onde o corpo foi encontrado organizaram uma vigília silenciosa em homenagem ao menino.
“Como alguém é capaz de matar o próprio filho, ainda mais de um jeito tão cruel?”, questionou a tia. “Ele tem que pagar. A gente sabe que a Justiça vai fazer o que pode, mas é revoltante pensar que um dia ele pode sair".
A Polícia Civil da Paraíba deve concluir o inquérito nos próximos dias, enquanto o autor segue preso em Florianópolis. Davi se entregou em Florianópolis (SC) dois dias depois e permanece preso, aguardando transferência para a capital paraibana, onde responderá por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.
No Diário Corumbaense, os comentários feitos são moderados. Observe as seguintes regras antes de expressar sua opinião:
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. O Diário Corumbaense se reserva o direito de, a qualquer tempo, e a seu exclusivo critério, retirar qualquer comentário que possa ser considerado contrário às regras definidas acima.