Da Redação em 08 de Julho de 2025
Saul Schramm/Secom Arquivo

Bovinocultura de corte é a principal atividade, reunindo mais de 4,2 milhões de cabeças, cerca de 22,7% do rebanho estadual
O diagnóstico foi apresentado ao secretário de Estado, Jaime Verruck, ao secretário adjunto Arthur Falcette, e aos secretários executivos Rogério Beretta (Desenvolvimento) e Ricardo Senna (Ciência e Tecnologia), além de coordenadores das áreas de investimentos e pecuária. A pesquisa foi realizada pelos consultores Marcelo Rondon de Barros e Janielly Barros.
O estudo detalha os principais desafios e oportunidades das atividades pecuárias desenvolvidas no Pantanal, que representa cerca de 27% do território de Mato Grosso do Sul e responde por 6,8% do Produto Interno Bruto (PIB) estadual.
A bovinocultura de corte é a principal cadeia produtiva da região, com mais de 4,2 milhões de cabeças de gado – o que corresponde a 22,7% do rebanho sul-mato-grossense. Em 2024, a comercialização de bezerros e bois no Pantanal movimentou mais de R$ 5 bilhões, consolidando a região como fornecedora estratégica de animais para engorda e abate.
Entre as ações propostas pelo plano estão a criação de selos de origem, ampliação da habilitação de frigoríficos para exportação, rastreabilidade do couro e pagamento por serviços ambientais.
“É uma ampliação das ações que a Semadesc já desenvolve nas cadeias pecuárias, com foco na bovinocultura, que é a principal atividade econômica do Pantanal. Mas o estudo também abrange outras cadeias relevantes”, destacou o secretário Jaime Verruck.
Além da bovinocultura, o diagnóstico analisou as cadeias de peixes, ovinos, abelhas, jacarés e equinos. O objetivo foi mapear o cenário atual dessas atividades, identificar gargalos e propor estratégias para o desenvolvimento sustentável da região.
Mairinco de Pauda/Semadesc

Diagnóstico sobre as cadeias pecuárias do Pantanal foi apresentado à equipe da Semadesc
Segundo Verruck, o estudo serve de base também para o fortalecimento das ações do Pagamento por Serviços Ambientais (PSA) dentro do Pacto pelo Pantanal.
Cadeias alternativas
A ovinocultura, que vinha registrando queda no rebanho, apresentou recuperação em abates e faturamento, com destaque para a valorização da raça pantaneira. O plano propõe ações como o reconhecimento oficial da raça, combate à informalidade e definição de protocolos para produção sustentável.
A apicultura e a meliponicultura foram apontadas como atividades com alto potencial ambiental, principalmente após o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG) do Mel do Pantanal. No entanto, o setor ainda enfrenta dificuldades logísticas e alta informalidade. O plano sugere ampliação da assistência técnica, capacitação dos produtores e estudo de espécies nativas, além da criação de seguros específicos para o setor.
A piscicultura, embora limitada por fatores naturais e legais, foi identificada como promissora desde que receba investimentos em genética e manejo sustentável. Já a cadeia do jacaré-do-pantanal foi destacada como alternativa de renda para pequenos produtores, com o uso de sistemas como farming, ranching e headstarting, além do fortalecimento de certificações.
A equideocultura, essencial para o trabalho nas fazendas e símbolo da cultura pantaneira, também está contemplada no plano com ações voltadas à valorização da raça pantaneira e estímulo ao correto registro dos animais.
Sustentabilidade e desenvolvimento
Além das ações específicas para cada cadeia, o plano propõe melhorias na infraestrutura do Pantanal, como expansão de portos fluviais, estradas e aterros. Também sugere a modernização dos sistemas de inspeção sanitária e integração de políticas públicas que equilibrem produção e conservação ambiental.
O estudo foi desenvolvido com base em dados de instituições como Iagro, IBGE, Agraer e Senar, considerando aspectos econômicos, sociais e ambientais.
“Agora temos um plano de desenvolvimento específico para o Pantanal, com dados que inclusive nos surpreenderam. Hoje, 45% dos animais abatidos estão em programas como o Precoce MS e a Pecuária Sustentável. Isso aponta que estamos no caminho certo, de aliar o desenvolvimento com a sustentabilidade”, concluiu Verruck.
Com informações da Agência de Notícias do Governo de MS.
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