Da Redação em 31 de Maio de 2025
Divulgação/FundturMS
Corumbá detém o maior território do Pantanal sul-mato-grossense e faz fronteira com a Bolívia
O alerta atinge Porto Murtinho, Ponta Porã, Bela Vista, além de áreas do bioma pantaneiro localizadas em Mato Grosso do Sul, como Corumbá e Ladário, municípios irmãos que fazem fronteira com as cidades bolivianas de Puerto Quijarro e Puerto Suárez.
O documento estabelece nível 4 de perigo — o mais alto na escala norte-americana — e menciona episódios de violência armada, assaltos com uso de drogas e atuação de grupos criminosos. Segundo o texto, "a atividade de gangues e o crime organizado são generalizados e frequentemente ligados ao tráfico de drogas recreativas". A embaixada também relata que recentemente "houve um sequestro com pedido de resgate de viajantes dos EUA".
Entre os locais vetados aos norte-americanos, estão todas as áreas de fronteira com os países vizinhos, com exceção do Parque Nacional do Pantanal, situado no estado de Mato Grosso. Essa exceção, porém, não abrange o Pantanal sul-mato-grossense, que permanece incluído na zona de risco definida pelo governo dos EUA.
Regiões de ecoturismo e cidades estratégicas do estado estão diretamente afetadas pela recomendação. Apesar das áreas possuírem policiamento ou infraestrutura turística, o alerta adverte que "nem as empresas de turismo nem a polícia podem garantir sua segurança ao entrar nessas comunidades".
Além da faixa de fronteira, o documento também orienta evitar comunidades urbanas informalmente ocupadas — como favelas e vilas — e cidades-satélites de Brasília no período noturno. Funcionários do governo americano precisarão, a partir de segunda (02), de autorização especial para circular em certas regiões entre 18h e 06h.
O texto sugere que viajantes fiquem atentos ao redor, evitem circular sozinhos, não aceitem comidas ou bebidas de desconhecidos, e evitem o transporte público municipal à noite. "Aconselhamos que os cidadãos dos EUA não viajem para o país, ou saiam assim que for seguro fazê-lo", afirma o comunicado oficial.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores do Brasil informou que não comenta alertas emitidos por outros países, já que também adota recomendações semelhantes para orientar brasileiros que viajam ao exterior.
Embratur e Abav
Entidades de promoção ao turismo reagiram neste sábado (31) ao comunicado do governo americano.
Marcelo Freixo, presidente da Embratur (Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo), afirma que o Brasil vive o melhor momento do turismo internacional e que a visão americana é ultrapassada.
Segundo a Embratur, nos quatro primeiros meses de 2025, o país recebeu 4,4 milhões de visitantes — um crescimento de 51% em relação ao mesmo período do ano anterior. Os Estados Unidos são o segundo maior emissor de turistas para o Brasil: 306 mil visitantes entre janeiro e abril, um aumento de 21,7%.
“Esses números refletem uma realidade que se impõe: o Brasil é um destino acolhedor e seguro para os que desejam conhecer sua imensa diversidade natural e cultural. Nesse contexto, causa estranheza e indignação a nota publicada pela Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, que reproduz uma imagem distorcida e ultrapassada do nosso país. Em 2024, o Brasil registrou os menores índices de violência em 11 anos, resultado de uma articulação federativa eficaz e de políticas públicas consistentes. Repudiamos esse tipo de recomendação alarmista, que mais se presta à desinformação do que à proteção dos cidadãos americanos”, destacou Freixo, em nota da Embratur.
A Abav Nacional, que representa os interesses das agências de viagens, também se posicionou em relação ao comunicado. Em nota, a associação diz que “discorda veementemente da nota emitida pelo Departamento de Estado dos Estados Unidos sobre os riscos de segurança enfrentados por cidadãos americanos em território brasileiro".
Com informações do Portal Campo Grande News e da Revista Exame.
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