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Acusado de liderar esquema de corrupção é entregue pela PF às autoridades da Bolívia

Leonardo Cabral em 19 de Maio de 2025

Leonardo Cabral/Diário Corumbaense

Antonio Parada Vaca sendo entregue pela PF para policiais bolivianos

Após mais de três anos custodiado na Penitenciária da Gameleira 02, em Campo Grande, o boliviano, Antonio Parada Vaca, foi entregue pela Polícia Federal às autoridades da Bolívia, no início da tarde desta segunda-feira, 19 de maio. Ele teve a extradição autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), em março deste ano. Desde então, as autoridades do Brasil e da Bolívia vinham definindo a ação.

Forte esquema de segurança foi montado na Linha Internacional, do lado boliviano. Era por volta das 14h, quando Parada Vaca chegou em uma viatura da Polícia Federal e foi entregue pelos agentes aos policiais bolivianos da Força Especial de Luta Contra o Crime (FELCC), Força Especial de Combate ao Tráfico de Drogas (Felcn)- Unidade Anticorrupção e a Interpol.

Toda a ação policial ocorreu na ponte que delimita o território entre os dois países. Após ter sido entregue, Parada Vaca foi algemado e levado até o setor de Imigração boliviano. O tráfego de veículos ficou impedido por alguns minutos devido a ação policial, uma longa fila foi formada dos dois lados da fronteira.

O pedido de extradição foi feito com base no Acordo de Extradição entre países do Mercosul e na Convenção das Nações Unidas contra a Corrupção. O estrangeiro estava custodiado na Penitenciária da Gameleira 02, em Campo Grande, desde fevereiro de 2022. Foi transferido pouco menos de um mês após ter sido preso em Corumbá, na fronteira com a Bolívia. Na época, o motivo da transferência foi por “questões administrativas”.

Leonardo Cabral/Diário Corumbaense

Antonio Parada sendo escoltado algemado pelos policiais da Bolívia

Parada será levado para Santa Cruz de la Sierra, distante cerca de 600 km da fronteira com Corumbá. Ele deve ficar na Direção Especializada contra Corrupção para responder a processos pelos crimes de lavagem de dinheiro, contratos lesivos ao Estado, enriquecimento ilícito, uso indevido de influência e conduta antieconômica.

Neste caso, o Ministério Público pediu 10 anos de prisão para Antonio Parada e outros envolvidos. O irmão dele, Guillermo Parada Vaca, também enfrenta processos semelhantes após ser extraditado do Panamá.

Entenda o caso

Antonio Parada Vaca pediu refúgio ao Brasil e foi preso na própria sede da Polícia Federal de Corumbá, quando foi buscar um documento que havia solicitado, em fevereiro de 2022. Ele já tinha sido incluído na difusão vermelha da Interpol e também foi expedido mandado de prisão pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil.

Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense

Parada deverá permanecer na Direção Especializada contra Corrupção, em Santa Cruz

É ex-diretor de Recursos Humanos do Gabinete da Prefeitura de Santa Cruz de la Sierra e o principal investigado no caso de contratação de funcionários fantasmas e compras ilícitas, gerando prejuízos aos cofres públicos. O valor ultrapassaria US$ 1 milhão, segundo o Ministério Público da Bolívia. Ele e o irmão fugiram do País vizinho antes de serem convocados pelo Ministério Público, após o escândalo de corrupção.

Antonio Parada Vaca aos poucos foi assumindo cargos hierárquicos no município. Ele foi servidor público municipal por 16 anos e ocupou sete cargos. Seus três últimos cargos em Santa Cruz foram: secretário assessor, entre fevereiro e outubro de 2018; assessor B, entre novembro daquele ano até outubro de 2019; e finalmente assessor C, na Secretaria Municipal de Planejamento, até janeiro de 2020, com salário de 15.250 bolivianos (cerca de R$ 11,8 mil).

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