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Sabedoria dos pretos velhos encerrou desfile das escolas de samba com a Caprichosos de Corumbá

Lívia Gaertner em 05 de Março de 2025

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Carro abre-alas veio trazendo a onça-pintada, símbolo da escola

As boas energias e a sabedoria dos pretos velhos encerraram a sequência do desfile das escolas de samba de Corumbá no Carnaval 2025, com a apresentação do Grêmio Recreativo Escola de Samba Caprichosos de Corumbá.

No enredo “Que a sabedoria dos mais velhos, seja o caminho para os mais novos. Adorei as almas!”, a ancestralidade dos mais velhos representada pelos pretos velhos, entidades da Umbanda que oferecem conselhos de vida aos consulentes, marcou toda a passagem da agremiação pela passarela do samba. 

Com cerca de 600 foliões, a escola cujo presidente é o Robinho da Caprichosos, cantou no refrão que “quem não pode com mandiga, não carrega patuá” e terminou o desfile pouco depois da meia-noite desta quarta-feira de cinzas. 

Guerreiros africanos com uma dança vigorosa já anunciavam que o enredo trazia raízes do terceiro maior continente do mundo. Dez bailarinos executaram uma coreografia que empolgou o público.

No carro abre-alas, o símbolo da escola, a onça-pintada, veio centralizada em uma grande escultura cujos olhos brilhavam pela avenida.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Artista Edmilson de Paula interpretou Pai Benedito no segundo carro da escola

A ala das baianas representaram as vovós, como carinhosamente são chamadas as pretas velhas dentro das casas de umbanda. Nem mesmo o cachimbo na boca e a bengala as impediram de rodar pela passarela do samba como a Vovó Cambinda.

Representando o rei e a rainha do Congo, o casal de mestre-sala e porta-bandeira, Wellington Juruna e Lidiana, evoluíram ao conduzir o pavilhão de cores vermelha, azul e branca pela avenida.

Temas que exaltaram a natureza africana e o triste episódio da escravidão foram lembrados, como a exploração dos negros em lavouras de cana de açúcar e café em terras brasileiras.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Caprichosos usou uma paleta diversificada, colorindo a avenida

No segundo carro alegórico, o destaque foi o artista Edmilson de Paula que representou “Pai Benedito”, que veio com velas abençoando todo o público. Com nome de “O grande terreiro de chão batido”, a estrutura apresentou o terreiro cercado por bambus, onde os mais velhos se reuniam com os mais novos, para trocas de experiências, conselhos e ensinamentos, para as curas das doenças, através das ervas. 

Para os ritmistas da bateria comandada pelo mestre Luis Duarte, o carnavalesco Jonilson Magalhães escolheu a fantasia “tamborzeiro”. Também chamados de alagbês, como eram conhecidos no continente mãe, a fantasia tinha o torso, pano que é amarrado na cabeça como forma de protegê-la e, ao mesmo tempo, adorná-la. O mestre Luis Duarte resolveu ousar com uma paradinha pela qual era possível perceber o canto da escola. 

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Nanda Ferraz, Rainha da Bateria, representou a rainha africana Ginga

Já a rainha da bateria, Nanda Ferraz, representou a “Rainha Africana Ginga”, com uma fantasia totalmente prateada com luzes de led no costeiro. A soberana governou os reinos de Ndongo e de Matamba, no século XVll, por um período de aproximadamente 40 anos. 

No terceiro carro alegórico, os destaques ficaram para religiosos da cidade de Corumbá: Pai Edevaldo de Xangô, Mãe Nilva de Oxum e Jovane (Gigi) de Oyá, retratando os diversos pretos velhos, cultuados na Umbanda. Como alegoria, um ogdá, com várias frutas, simbolizando as oferendas oferecidas aos pretos velhos.

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Galeria: Caprichosos de Corumbá - 2025

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