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Basquete em cadeira de rodas estimula o esporte e ajuda no desenvolvimento dos atletas

Leonardo Cabral em 02 de Outubro de 2021

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Projeto busca mais atletas para integrar os treinos

Muitas pessoas com deficiência física acabam se isolando por pensarem que não podem desenvolver qualquer atividade voltada ao esporte. Porém, a prática esportiva pode estimular a muitas outras atividades, ajudando a vencer as limitações.

É por isso que a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae), por meio da Assistência Social, criou um projeto voltado à pratica de esporte educativa, o "Basquete sobre rodas", financiado pela Lei do Incentivo ao Esporte.

O projeto conta com 40 cadeiras de rodas, bolas de basquete, para que os atletas possam desenvolver a modalidade, que integra as Paralimpíadas e foi destaque na última edição dos jogos, em Tóquio no Japão. Mas, para a realização do trabalho, a Apae está indo atrás de atletas que se interessem em praticar o "Basquete sobre rodas".

“O projeto está em andamento há um mês. Temos a estrutura, mas precisamos da participação das pessoas.  Não precisa ser aluno da Apae, basta querer e ter qualquer deficiência para se juntar à equipe”, explicou o professor responsável pelo projeto, Rafael Arnaldo Júnior.

Ele ressalta que além do incentivo à prática do esporte, a iniciativa tem como principal objetivo mostrar que a pessoa não precisa se excluir e também ajudar no desenvolvimento motor dos atletas, tirando-os do sedentarismo.

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Alunos são treinados pelo professor Rafael

“O ganho é imediato, podemos observar nos atletas que já estão aqui praticando. Além de estimular a questão de autonomia, independência, queremos tirar a pessoa com deficiência do sedentarismo. É um trabalho voltado ao social, buscando os direitos e a acessibilidade, fazendo com que eles ganhem o direito que já têm de uma vida social e desenvolvimento socioafetivo, mostrando que eles são capazes. Muitas vezes eles se limitam a sua família que também os limitam. Queremos vencer essas limitações mostrando que eles têm potencial para avançar e desenvolver sempre”, explicou Rafael ao Diário Corumbaense.

E nesse ritmo, a atleta, Maria Aparecida de Souza Sommerfeld, de 46 anos, que há um mês está praticando a modalidade, está em uma nova fase de sua vida. Para ela, o projeto veio em uma boa hora, pois há 11 meses se mudou para Corumbá para acompanhar o marido.

“Descobri o projeto pelas redes sociais, entrei em contato com o Rafael e comecei. Não pensava que conseguiria, mas hoje, é um dos maiores desafios enfrentados, onde os resultados começam a aparecer rapidamente, além da autoestima elevada e confiança, é notório que alguns movimentos de braço, por conta da própria cadeira de rodas, consigo fazer graças a prática do esporte”, contou Maria com muita alegria.

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Maria Aparecida disse que projeto significa liberdade para ela

Ela fez questão de resumir a nova fase da vida em liberdade, desde em que fez seu primeiro arremesso em direção a cesta. “O primeiro dia que eu joguei não me achava capaz de jogar e nem de arremessar, tinha meu ombro, meu músculo estava parado, meus movimentos eram para cima e eram poucos. Com o esporte, já é diferente. Os arremessos são de longe, não tenho tanto cansaço. O esporte pra mim está me proporcionando uma saúde mais agradável. A mudança de humor é ótima também. Você se sente útil. Uma nova liberdade e ocupação neurológica e psicológica que é preciso ter”, pontuou a este Diário.

“O ir e vir aos pouco vamos conquistando, mas o esporte é um passo gigantesco no que se refere às manhas limitações. Que mais pessoas possam somar com a gente, Hoje, meu maior incentivador é meu esposo”, completou a atleta.

Os treinos

O projeto acontece na quadra de esportes da própria Apae, de segunda a quarta-feira, das 13h30 às 15h. As inscrições podem ser feitas na própria sede da Associação.

Para Rafael, o projeto vai além. Segundo ele, é incentivar mais do que o esporte, é garantir os direitos das pessoas com deficiência. “Não temos a pretensão de criar uma equipe competitiva, mas se durante os treinamentos observarmos o desenvolvimento dos atletas e se for possível, porque não darmos sequência? Preciso que o projeto seja visto, não só o basquete, mas o Paradesporto. Queremos que a sociedade olhe para o lado e veja a pessoa com deficiência não como ‘coitada’, mas como qualquer cidadão inserido na sociedade e com seus direitos garantidos”, afirmou Rafael.

O projeto integra o programa Paradesporto da Fundação de Esportes de Corumbá (Funec), que conta com outras modalidades como Atletismo e Bocha.

A modalidade

Getty Images

Basquete em cadeira de rodas é uma das poucas modalidades que estiveram presentes nas edições das Paralimpíadas

Basquetebol de cadeira de rodas é um desporto praticado principalmente por indivíduos com deficiências físicas. Tem algumas adaptações para refletir a diversidade de dificuldades que eles enfrentam no tocante ao uso e à presença da cadeira de rodas e para harmonizar os diferentes níveis de deficiência dos jogadores.

A adaptação para o jogo em cadeira de rodas aconteceu, principalmente, após a Segunda Guerra Mundial. Ex-soldados do exército americano, feridos durante o confronto, se reuniram em uma quadra de um hospital de reabilitação e começaram a jogar. Na Inglaterra, a prática também era usada na reabilitação de pacientes no hospital de Stoke Mandeville.

Este esporte fez sua estreia nos primeiros Jogos Paralímpicos, realizados no ano de 1960 em Roma, e é um dos poucos que estiveram presentes em todas as edições do evento.

Comentários:

Maria Sommerfeld: Excelente matéria. Outros portadores venha fazer parte desse projeto abençoado por Deus.

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