Campo Grande News em 16 de Julho de 2020
Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense
Fernando Araújo Junior quando foi preso em Corumbá
Conforme a denúncia, o crime aconteceu no dia 23 de fevereiro de 2019, depois de uma briga nas eleições para presidente da associação de agropecuaristas na Bolívia. O sogro de Fernando, Asis Aguilera Petzold (o atual prefeito da cidade de El Carmen), concorria ao cargo.
Alfredo, que apesar do envolvimento com o narcotráfico, era conhecido como pecuarista na região, foi até o local de votação e lá encontrou Sílvia Aguilera, que foi casada com um ex-sócio dele, mas já tinha um relacionamento com Fernando há algum tempo.
Ao ver a mulher, Alfredo teria cobrado dívidas do ex-marido dela e ameaçado os filhos dela com o delegado. Os dois discutiram e a confusão foi separada por Asis, que ao lado de Fernando, sentou-se em uma mesa para conversar com Alfredo. Aproveitando o momento de distração, Fernando esfaqueou as costas de Alfredo. O homem foi levado para um hospital local, mas devido à gravidade, foi transferido para Corumbá.
Já em território sul-mato-grossense a ambulância foi fechada por uma caminhonete preta, cabine simples, mesmo veículo que Fernando dirigia na época. O motorista desceu do veículo, foi até a ambulância, abriu a porta e atirou quatro vezes. Três tiros atingiram a cabeça da vítima, um deles o tórax. Sem ter o que fazer, o motorista voltou com o corpo para o país vizinho.
Para o juiz André Luiz Monteiro há provas materiais juntadas pela acusação e embora, o delegado negue ter cometido o crime, há “indícios suficientes” de ter sido Fernando o autor dos disparos que mataram Alfredo.
O policial está em cela da 3ª DP (Delegacia de Polícia), em Campo Grande. Já tentou a liberdade algumas vezes, sem sucesso. Na sentença de pronúncia, o magistrado também indeferiu pedido da defesa do delegado para que ele respondesse ao processo em liberdade.
O investigador Emmanuel Nicolas Contis Leite, que está em liberdade, será julgado como cúmplice do crime e por ter ajudado Fernando Araújo a atrapalhar as investigações. Ele nega participação e disse que estava em viagem para Coxim, no dia do crime. Emmanuel chegou a ser detido, mas apresentou defesa e foi libertado. Ele continua exercendo a função na Polícia Civil.
26/10/2023 Delegado condenado a 20 anos de prisão por assassinato é demitido
04/11/2020 Delegado réu por morte quebra o silêncio e sobe o tom: “juiz cego”
No Diário Corumbaense, os comentários feitos são moderados. Observe as seguintes regras antes de expressar sua opinião:
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. O Diário Corumbaense se reserva o direito de, a qualquer tempo, e a seu exclusivo critério, retirar qualquer comentário que possa ser considerado contrário às regras definidas acima.