Em resposta ao bloqueio de 48h na Bolívia, ministro diz que será criado fundo especial aos municípios

O ministro da Economia, José Luis Parada, confirmou que um fundo especial será criado para os municípios, a fim de permitir que eles possam “driblar” os problemas econômicos que estão enfrentando devido à pandemia do novo coronavírus. A Associação dos Municípios de Santa Cruz (Amdecruz), comandou protestos que duraram 48 horas por mais recursos.

"É uma medida que pedimos para gerar um fundo especial para apoiar o investimento e, especialmente, para os mais de 200 pequenos municípios. Temos nos reunido com alguns prefeitos e vamos dar a eles uma solução especial com a criação deste fundo”, disse Parada, em entrevista transmitida em uma rede de televisão boliviana.

O ministro espera que, em cerca de 15 a 20 dias, ele tenha os recursos. “Lembre-se de que não há cobrança de impostos agora e aproximadamente 4 bilhões de bolivianos estão sendo gastos no pagamento de bônus, que não foi orçado e é um esforço muito grande feito pelo governo para todos os cidadãos durante a pandemia”, reforçou.

Ele ainda explicou que os acordos estão sendo preparados. “Esperamos que, até amanhã ou no máximo na segunda-feira, tenhamos concluído o trabalho com o Ministério da Saúde e isso seja feito com cada município, porque esse é o mecanismo encontrado para transferir esses recursos”, anunciou Parada.

Nos últimos dois dias, municípios do Departamento de Santa Cruz bloquearam estradas em busca de mais recursos para enfrentar a pandemia e o Ministério da Economia lembrou que o problema da falta de renda econômica, na situação atual, não é apenas nas prefeituras, mas também no nível do Tesouro Geral da Nação. "Não podemos resolver tudo da noite para o dia”, finalizou o ministro.

O bloqueio

O tráfego de transporte pesado está liberado na fronteira de Arroyo Concépcion com Corumbá, desde as primeiras horas desta quinta-feira, 04 de junho. O bloqueio deflagrado na última terça-feira (02) impedia a passagem dos veículos, únicos autorizados a cruzar os dois países, desde que a fronteira do Brasil e da Bolívia foi fechada por causa do contágio de coronavírus.

O bloqueio interno realizado durante 48h, foi determinado pela  Associação dos Municípios de Santa Cruz (Amdecruz), como forma de pressionar o governo federal a aumentar os recursos econômicos para que os municípios continuem com ações de combate e prevenção à covid-19. Moradores da região fronteiriça, como apoio à mobilização, também protestaram com um "panelaço” pelas redes sociais, um “grito” de socorro pela Saúde da fronteira.

Há quase três meses, estrangeiros estão proibidos de entrar tanto do lado boliviano, como do lado brasileiro. A fronteira entre os dois países permanece fechada. Com informações do jornal El Deber.