Leonardo Cabral em 12 de Novembro de 2019
ABC Paraguay
Avião que levava Evo Morales, no momento em que partiu de Luque, no Paraguai
Em nota, o governo mexicano destacou: “faremos valer o direito de asilo que o México sempre promoveu e exerceu em diferentes circunstâncias históricas que caracterizam nossa política externa”.
Outras fontes indicaram que a escala no Paraguai foi motivada para verificar todas as licenças de sobrevoo. A esse respeito, o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo (2008-2012) disse que a escala em seu país era para o reabastecimento da aeronave.
Reprodução/ El Deber No avião, Evo Morales segurando a bandeira do México, como forma de agradecimento pela acolhida
"Quero pedir às nossas Forças Armadas que não se manchem com o sangue do povo". Esse pedido foi feito por Evo Morales ainda em território boliviano, antes de partir ontem à noite para o México, país que lhe concedeu asilo politico. O ex-presidente boliviano segurava uma bandeira do México.
Reprodução/ El Deber Evo Morales minutos antes de embarcar no avião mexicano em Chimboré, na Bolívia
Além de Evo, também renunciaram ao cargo o vice-presidente do país, Álvaro García Linera; o presidente da Câmara de Deputados, Víctor Borda, e a presidente do Senado, Adriana Salvatierra. Cabe agora ao Legislativo escolher um novo presidente do Senado, para que possa acatar a renúncia de Morales e dar início ao processo de novas eleições. A sessão foi marcada para hoje.
Fronteira
A linha internacional da Bolívia com Corumbá permanece fechada. O bloqueio completa nesta terça-feira (12), 21 dias.
Diário Corumbaense Fronteira segue fechada e entra no 21° dia de greve geral no país vizinho
Na Ponte da Amizade apenas é permitida a passagem de pedestres e de ambulâncias, em casos emergenciais.
A renúncia
A decisão de Evo Morales ocorreu vinte dias após a votação que teria lhe garantido o quarto mandato consecutivo à frente do governo boliviano já no primeiro turno, vencendo o opositor e ex-presidente Carlos Mesa. O resultado das eleições de 20 de outubro, no entanto, foram contestados pela oposição e deflagraram grandes protestos contra e a favor de Morales. Três pessoas morreram durante os confrontos.
Na manhã de domingo (10), Evo chegou a convocar novas eleições e também anunciou a renovação dos membros do Supremo Tribunal Eleitoral. Também disse que não renunciaria, que iria cumprir seu papel constitucional. Isso depois que auditoria da OEA (Organização dos Estados Americanos) apontou irregularidades na eleição presidencial.
Porém, após anúncio do apoio de parte da Polícia Nacional Boliviana, que teve início na sexta-feira (08) em cidades daquele país e também do apoio declarado das Força Militares Bolivianas, ainda no domingo, Evo Morales, em rede nacional, anunciou sua renúncia.
Com informações do jornal El Deber.
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