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Evo segue para o México; fronteira só reabrirá após novo presidente ser nomeado

Leonardo Cabral em 12 de Novembro de 2019

ABC Paraguay

Avião que levava Evo Morales, no momento em que partiu de Luque, no Paraguai

O ex-presidente Evo Morales já deixou a Bolívia. O avião das Forças Aéreas Mexicanas no qual Evo viaja decolou nesta terça-feira (12) do Aeroporto Internacional de Assunção, onde chegou de madrugada e permaneceu cerca de quatro horas depois de deixar a Bolívia, seguindo com destino ao México. Morales saiu do Aeroporto de Chimoré, Bolívia, por volta da 00h30 de hoje, local para onde foi após renunciar à presidência, em um avião enviado por Andrés Manuel López Obrador, presidente mexicano.

Em nota, o governo mexicano destacou: “faremos valer o direito de asilo que o México sempre promoveu e exerceu em diferentes circunstâncias históricas que caracterizam nossa política externa”. 

Outras fontes indicaram que a escala no Paraguai foi motivada para verificar todas as licenças de sobrevoo. A esse respeito, o ex-presidente paraguaio Fernando Lugo (2008-2012) disse que a escala em seu país era para o reabastecimento da aeronave.

Reprodução/ El Deber

No avião, Evo Morales segurando a bandeira do México, como forma de agradecimento pela acolhida

Lugo, da formação da frente esquerda Guasu, esteve no Aeroporto Internacional de Assunção, mas não se encontrou com Morales, que não desceu do avião. O ex-presidente disse à Rádio Monumental que entre os ocupantes da aeronave estava o vice-presidente Álvaro García Linera, que desceu na pista para cumprimentar o embaixador mexicano no Paraguai.

"Quero pedir às nossas Forças Armadas que não se manchem com o sangue do povo". Esse pedido foi feito por Evo Morales ainda em território boliviano, antes de partir ontem à noite para o México, país que lhe concedeu asilo politico. O ex-presidente boliviano segurava uma bandeira do México.

Reprodução/ El Deber

Evo Morales minutos antes de embarcar no avião mexicano em Chimboré, na Bolívia

"A qualquer momento, estarei aqui para continuar contribuindo com opiniões, reflexões, como ex-presidente, mas sempre pensando nas novas gerações. Obrigado por se juntar a mim porque trabalhamos juntos para uma nova Bolívia", disse Morales à rádio Kawsachun Coca aos seus partidários.

Além de Evo, também renunciaram ao cargo o vice-presidente do país, Álvaro García Linera; o presidente da Câmara de Deputados, Víctor Borda, e a presidente do Senado, Adriana Salvatierra. Cabe agora ao Legislativo escolher um novo presidente do Senado, para que possa acatar a renúncia de Morales e dar início ao processo de novas eleições. A sessão foi marcada para hoje. 

Fronteira 

A linha internacional da Bolívia com Corumbá permanece fechada. O bloqueio completa nesta terça-feira (12), 21 dias. 

Diário Corumbaense

Fronteira segue fechada e entra no 21° dia de greve geral no país vizinho

Ao Diário Corumbaense, a presidente do Comitê Cívico Feminino de Puerto Quijarro, Rosário Hurtado de Gallardo, falou que não há previsão de reabertura da fronteira. "Ainda não recebemos nenhuma determinação para ao fim da greve geral. Isso só deve acontecer quando um presidente interino seja nomeado, novas eleições convocadas e que os novos fiscais eleitorais também tomem posse. A partir dessas decisões é que iremos então ter uma determinação para que a fronteira com Corumbá seja reaberta e a greve geral em nosso país termine", disse. 

Na Ponte da Amizade apenas é permitida a passagem de pedestres e de ambulâncias, em casos emergenciais. 

A renúncia

A decisão de Evo Morales ocorreu vinte dias após a votação que teria lhe garantido o quarto mandato consecutivo à frente do governo boliviano já no primeiro turno, vencendo o opositor e ex-presidente Carlos Mesa. O resultado das eleições de 20 de outubro, no entanto, foram contestados pela oposição e deflagraram grandes protestos contra e a favor de Morales. Três pessoas morreram durante os confrontos.

Na manhã de domingo (10), Evo chegou a convocar novas eleições e também anunciou a renovação dos membros do Supremo Tribunal Eleitoral. Também disse que não renunciaria, que iria cumprir seu papel constitucional. Isso depois que auditoria da OEA (Organização dos Estados Americanos) apontou irregularidades na eleição presidencial.

Porém, após anúncio do apoio de parte da Polícia Nacional Boliviana, que teve início na sexta-feira (08) em cidades daquele país e também do apoio declarado das Força Militares Bolivianas, ainda no domingo, Evo Morales, em rede nacional, anunciou sua renúncia.

Com informações do jornal El Deber. 

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