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OEA abre canal de denúncias sobre suposta fraude na eleição presidencial boliviana

Leonardo Cabral em 06 de Novembro de 2019

Diário Corumbaense

Fronteira segue fechada e apenas pedestres podem cruzar a ponte que separa Corumbá do país vizinho

A Bolívia continua em greve geral, nesta quarta-feira, 06 de novembro, e a fronteira das cidades bolivianas de Arroyo Concepción,  Puerto Quijarro e Puerto Suárez com Corumbá, segue bloqueada pelo 15º dia. Só é permitida a passagem de pedestres pela ponte que separa os dois países. 

Aqui não houve registro de conflitos, mas o clima é de tensão em outras regiões da Bolívia, onde há confrontos entre manifestantes contrários e apoiadores ao presidente Evo Morales, que resiste no poder do país andino. Os manifestantes querem a renúncia dele após suspeita de fraude nas eleições gerais de 20 de outubro, quando Morales foi reeleito para o quarto mandato. 

Ontem (05) ficou decidido que outros territórios bolivianos que fazem fronteira com países da América do Sul, como Peru, Chile, Argentina e o próprio Brasil, seriam fechadas, como já ocorre na faixa de limite com Corumbá. O setor de transporte da Bolívia afirmou que também estaria apoiando as manifestações.

Além da fronteira com Corumbá, de Puerto Quijarro a Chochís, numa faixa de 300 km, existem seis pontos de bloqueios na estrada Bioceânica, impedindo a saída e chegada de ônibus de viagens nas duas cidades fronteiriças com Corumbá.

Foto enviada ao Diário Corumbaense

Setor de Migração está fechado, conforme informou a presidente do Comitê Cívico Feminino de Puerto Quijarro, Rosário Hurtado

Também seguem as manifestações em frente aos prédios públicos, como agências bancárias e empresas que pertencem ao governo, Os funcionários estão impedidos de entrar no local de trabalho. Essa medida foi tomada durante encontro de lideranças políticas na noite da última segunda-feira (04), depois do fim do prazo para Evo Morales renunciar.

As instituições financeiras na região de fronteira com Corumbá podem abrir três vezes na semana para atender o público, com serviços de pagamento aos trabalhadores. Além disso, órgãos do governo estão fechados como o setor de Migração e Aduana. Foi o que informou ao Diário Corumbaense, a presidente do Comitê Cívico Feminino de Puerto Quijarro, Rosário Hurtado de Gallardo. “Vamos seguir com o bloqueio até que nos passem as determinações. Como já disse, estamos lutando pela nossa democracia”, falou.

OEA abre canal de denúncias

A Organização dos Estados Americanos (OEA) abriu espaço para envio de informação e documentação sobre as eleições ocorridas no dia 20 de outubro. O órgão comprometeu-se em analisar as denúncias durante a auditoria realizada na cidade de La Paz.

Diário Corumbaense

Rodoviária de Puerto Quijarro está fechada e não há venda de passagens para destinos como Santa Cruz de La Sierra

O órgão internacional explicou que as informações fornecidas pelos cidadãos serão úteis para a análise que seus técnicos realizam no território nacional. Lembrou que a análise feita do processo eleitoral inclui uma auditoria da contagem oficial de votos, verificação de atas, aspectos estatísticos, verificação do processo eleitoral entre outros assuntos.

Para coordenar a entrega de material referente a denúncia de fraude, o contato é pelo e-mail: auditoriabolivia@oas.org. 

São 13 os países membros da OEA, incluindo Brasil, Argentina e EUA, que dizem que a auditoria é a melhor saída para a crise na vivida na Bolívia.

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