PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Lideranças dão prazo para Evo Morales renunciar e fronteira segue fechada pelo 13º dia

Leonardo Cabral em 04 de Novembro de 2019

Diário Corumbaense

Na ponte que separa os dois países, apenas é permitida a passagem a pé

A fronteira de Corumbá com a Bolívia completou nesta segunda-feira (04), treze dias fechada. Montes de terra e entulho, carros e caminhões atravessados, seguem impedindo o tráfego de veículos na ponte que delimita o território entre os dois países. Somente em casos de emergência, como ambulância e transporte de produtos perecíveis, e pedestres, é permitida a passagem pela faixa fronteiriça. 

A mobilização, liderada pelos Comitês Cívicos da Província de German Busch, acontece desde os resultados da Eleição Geral na Bolívia, ocorrida no dia 20 de outubro, e que deu a vitória ao presidente Evo Morales, reeleito para seu quarto mandato.

Lideranças politicas contrárias a Evo afirmam que houve fraude durante a apuração dos votos. Primeiro, eles exigiam a realização do segundo turno entre o atual presidente e Carlos Mesa, que já governou o país. Mas agora, exigem a renúncia de Morales e a convocação de novas eleições.

A presidente do Comitê Cívico Feminino de Puerto Quijarro, Rosário Hurtado de Gallardo, diz que as manifestações em todo território boliviano, acontecem em defesa da democracia. Aqui na região fronteiriça, os manifestantes aguardam resultado de um encontro de liderança políticas que deve acontecer no final da tarde de hoje (04) em Santa Cruz de La Sierra.

“Hoje, às 18h, teremos esse encontro em Santa Cruz, e, de lá, sairá determinação sobre o que deveremos fazer. Por enquanto permanecemos com a fronteira fechada, assim, como em todo território nacional que também está engajado nessa luta”, explicou Rosário Hurtado ao Diário Corumbaense.

Diário Corumbaense

Terra e entulho, carros e caminhões, impedem o tráfego de veículos na faixa fronteiriça

Questionada sobre a situação na fronteira, ela explicou: “As pessoas seguem cruzando os dois países a pé. Não as impedimos. Dois caminhões com verduras chegaram de Santa Cruz, para abastecer o comércio e, assim, a nossa população. Não há desabastecimento aqui na região”, afirmou. Repartições públicas em toda a Bolívia, mercados municipais, supermercados e agências bancárias abrem as portas até ao meio-dia. Depois, tudo fecha, nada funciona no país vizinho. 

48h para renunciar

Está se esgotando o prazo de 48h dado pelo presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, para a renúncia do presidente Evo Morales. “Seguimos firme com o pedido e se ele não sair, vamos nos concentrar aos pés do Cristo (estátua que fica na cidade boliviana) até que ele renuncie. O prazo de 48 horas termina às 19h desta segunda-feira (04)", afirmou ao discursar para milhares de bolivianos.

Luis Fernando Camacho disse que no domingo (03) recebeu ligações de membros da OEA (Organização dos Estados Americanos), que estão realizando a auditoria do processo eleitoral, que acontece por suspeita de manipulação. "Eles me perguntaram por que eu havia mudado de posição, agora pedindo a renúncia de Evo. Eu disse à eles que o pedido de renúncia não era apenas pela fraude ocorrida, mas tem a ver com as vidas que foram levadas nos últimos dias”, afirmou alegando que os mortos estavam lutando pela democracia.

Camacho reiterou que Evo é um candidato inconstitucional. "Evo sai ou sai! Evo Morales tem até às 19h para sair com dignidade e não sair como outro presidente, pela janela. Não pensamos ir de mãos vazias, não queremos sucessão constitucional com García Linera, nem com o presidente do Senado, nem com o presidente dos deputados. Queremos que assuma o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, e então, possa estabelecer determinações sobre as novas eleições. É o povo boliviano que está pedindo para que ele se vá”, completou. 

Evo Morales disse a uma rádio no domingo (03), que tem "muita confiança no povo boliviano", ao comentar o prazo para renúncia. 

Com informações do jornal El Deber.

Comentários:

José Iran Reinaldo Barro: Queremos que assuma o presidente do Supremo Tribunal de Justiça, e então, possa estabelecer determinações sobre as novas eleições. É o povo boliviano que está pedindo para que ele se vá” que a democracia Boliviana seja respeitada.

PUBLICIDADE