PUBLICIDADE
PUBLICIDADE

Evo pede suspensão da greve geral até resultado de auditoria; lideranças continuam com bloqueios

Leonardo Cabral em 31 de Outubro de 2019

Jornal El Deber

Evo Morales pediu "trégua" a manifestantes até resultado de auditoria

O presidente da Bolívia, Evo Morales, reeleito eleições presidenciais realizadas no dia 20 de outubro, pediu nesta quinta-feira (31) aos setores que estão à frente da greve geral no país, que suspendam as manifestações até que saia o resultado da auditoria realizada pela Organização dos Estados Americanos (OEA). O pedido foi feito durante coletiva de imprensa.

Durante sua fala, Morales negou, mais uma vez, que tenha ocorrido fraude eleitoral, como acusa a oposição. “Posso estar equivocado, pois somos seres humanos e estamos sujeitos aos erros, mas pensar que eu estou envolvido em uma fraude eleitoral me auto beneficiando, não é de se entender. Como de fato a auditoria da OEA já irá começar, peço para os líderes cívicos que suspendam a greve geral até que a auditoria e os delegados de três países emitam o parecer da auditoria”, pediu Evo.

Com relação aos enfretamentos violentos registrados nestes nove dias de greve geral, resultando na morte de duas pessoas e em centenas de feridos, o presidente pediu: “peço aos irmãos e irmãs que não nos enfrentemos, não nos maltratemos. Quero pedir a alguns grupos, políticos e cívicos que não incentivem o ódio e o racismo, somos todos bolivianos e bolivianas”, finalizou Evo Morales.

Já o presidente do Comitê Cívico de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho, em resposta ao pedido do presidente, disse que os bloqueios continuam. “Se queremos um governo democrático através de um processo justo, agora exigimos a renúncia do presidente Morales o quanto antes”, afirmou.

Fronteira

A fronteira entre Corumbá e Bolívia permanece fechada e entrou nesta sexta-feira no nono dia de protesto, realizado por lideranças políticas da província German Busch, contrárias ao presidente Evo Morales. Os manifestantes despejaram dois caminhões de  terra e entulhos, para impedir o tráfego de veículos na ponte que delimita os dois países. Até mesmo guindastes com a bandeira boliviana permanecem no local, para impedir a circulação de carros.

De acordo com o presidente do Comitê Cívico de Puerto Quijarro, Marcelito Moreira, o bloqueio continua. Ele estima que estima perda econômica de 60% para a província e de 80% para o país, mas segundo ele, a mobilização é necessária. “Aqui passam 35% do fluxo da economia do nosso país. A fronteira é ua território importante, mas pedimos compreensão e vamos seguir com a manifestação até que haja uma resposta. Pedimos que se respeite a democracia da Bolívia”, disse Marcelito ao Diário Corumbaense.

Os moradores de Arroyo Concepción, Puerto Quijarro e Puerto Suarez, sentem os reflexos do bloqueio como a falta de água e de alguns produtos. É que a estrada Bioceânica, que liga essas cidades a Santa Cruz de la Sierra, também tem pontos de bloqueio que impedem a passagem de veículos responsáveis pelo abastecimento daquela região. 

Grupo de pessoas de Corumbá tem organizado recebimento de doações para os bolivianos, inclusive água potável que é levada em caminhão pipa até a faixa de fronteira. A Sanesul, concessionária do serviço de água e esgoto na cidade, também passou a enviar caminhões pipas para a fronteira, onde a população forma longas filas até conseguir encher os galões de água.

Diário Corumbaense

Moradores da Província de German Busch recebem água de caminhões pipas enviados por doadores e pela Sanesul

PUBLICIDADE